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"Não há risco de descumprir a meta de inflação"
DOS COLUNISTAS DA FOLHA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admite que a inflação neste ano deva ultrapassar o centro da meta de 4,5%,
mas diz que não há o menor risco de descumprir a meta (que
vai de 2,5% a 6,5%). Exceto, é
claro, se o petróleo chegar a
US$ 200 o barril, o que ele acha
improvável. Ele não descarta,
porém, a adoção de novas medidas para ajudar no combate à
inflação. A seguir, mais um trecho da entrevista:
NA META
"O IPCA acumulado dos últimos 12 meses já está em 5%. A
projeção do Boletim Focus é de
4,86%, mas vai subir aos poucos e deve chegar aos 5% também. É possível a inflação atingir 5%, mas a inflação no Brasil,
diga-se de passagem, é uma das
mais bem comportadas do
mundo, e nós estamos dentro
da meta. Não nenhum perigo
de descumprir a meta, a menos
que o petróleo atinja US$ 200 o
barril, o que acho improvável."
TENDÊNCIA
"Nós já atingimos os picos
dos aumentos de preços. O
maior impacto já passou. A inflação só registra uma vez esses
aumentos. Quando o preço do
trigo dobra, ele causa inflação,
mas, se não subir mais, não terá
mais impacto. E nós já atingimos o pico de diversos produtos, como soja, milho, feijão e
trigo. Agora vêm uma safra boa
dos Estados Unidos e daqui
também. O grosso da inflação
brasileira vem de fora. Trata-se
de uma inflação de commodities, sobre a qual temos pouca
possibilidade de ação. O que fazer? Reduzir os impostos sobre
o trigo ou sobre a gasolina, como fizemos. Se não tivéssemos
baixado a Cide sobre a gasolina,
o impacto seria de 0,5% na inflação. Nós neutralizamos esse
impacto."
OPORTUNIDADE
"Vamos apresentar um plano
de expansão de oferta agrícola.
O nosso objetivo é o de adotar
medidas para estimular a oferta na agricultura. O Brasil tem
que aproveitar esse choque de
alimentos para expandir a produção agrícola. É uma oportunidade para o país. Nós produzimos tudo. Essa é uma grande
chance para o país."
NOVAS MEDIDAS
"Nós estudamos tudo o que
nos é apresentado como idéia
para combate à inflação, como
a idéia do Ministério da Agricultura de reduzir os impostos
que incidem sobre os preços
dos fertilizantes. De fato, o preço dos fertilizantes é um problema. Subiu muito e isso ajuda
a aumentar o preço dos alimentos. Quando se faz política econômica, não se mira um objetivo apenas, mas um conjunto de
objetivos. O BC só mira um objetivo [a inflação]. A política
econômica é mais ampla. Preocupa-me, por exemplo, o déficit
em transações correntes. E por
essa razão a preocupação em
dar mais competitividade à exportação brasileira."
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