DA FOLHA RIBEIRÃO

As empresas estão invadindo Ribeirão Preto porque vêem sustentabilidade na cidade e uma economia descentralizada, o que garante blindagem contra crises. Essa é a avaliação de Nelson Rocha Augusto, presidente do BRP (Banco Ribeirão Preto) e ex-presidente da Banco do Brasil DTVM, número um da indústria de fundos.
Segundo o banqueiro, ligado ao ex-ministro da Fazenda e deputado federal Antônio Palocci Filho (PT-SP), a concentração da economia em um único setor é delicada do ponto de vista estratégico e deixa a localidade vulnerável a crises, o que não ocorre com Ribeirão.
"As empresas estão entrando aqui de maneira forte porque entendem a sustentabilidade, os multissetores que atuam aqui. Historicamente, é difícil ver uma crise aqui. Há melhores e piores momentos, mas crise, não", disse Augusto, que comanda um banco que teve alta de 80% em sua carteira comercial nos últimos 12 meses. Com 400 clientes de alta renda, o BRP tem 75% de seus ativos na região de Ribeirão Preto.
Augusto afirmou que as empresas que estão investindo em Ribeirão não correm o risco de "quebrar a cara". "Monitoramos isso no banco, e o que ocorreu é que algumas empresas que vieram de fora com o conceito do que acontece em São Paulo tiveram que readequar o investimento por causa da cultura local, mas só isso."
Segundo o banqueiro, os negócios vão continuar, mas com ritmo reduzido. "A capacidade de absorção dos futuros empreendimentos diminuirá, mas não acabará." (MT)


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