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São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2003

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Investigação diz que Fundo previu apenas 11% das recessões entre 91 e 2001

Congresso dos EUA faz crítica ao FMI

DA REDAÇÃO

O FMI (Fundo Monetário Internacional) não tem sido muito feliz em uma de suas principais tarefas, que é antecipar e combater crises na economia internacional. A análise é do órgão de investigações do Congresso norte-americano, o GAO (General Accounting Office).
Em um estudo feito sob encomenda dos congressistas norte-americanos, o GAO diz que o Fundo antecipou apenas 15 (11%) das 134 recessões ocorridas em 87 países em desenvolvimento no período que vai de 1991 a 2001.
"Alguns participantes do mercado [bancos e investidores] consideram os relatórios [do FMI] atrasados, inoportunos e densos", diz o estudo do Congresso.
O GAO criticou o histórico do "World Economic Outlook" (Perspectivas Econômicas Mundiais), relatório do Fundo publicado duas vezes ao ano. Para o órgão do Congresso, os documentos demonstraram um "desempenho sofrível no que diz respeito a antecipar as severas crises financeiras da década passada".
Os casos emblemáticos de fracasso do Fundo seriam a crise mexicana de 1996 e a crise cambial dos países asiáticos (97 e 98). De acordo com estimativas do próprio Bird (Banco Mundial), instituição irmã do FMI, as crises das duas últimas décadas teriam custado US$ 1 trilhão ao planeta, mais do que toda a ajuda humanitária feita no período.
De acordo com o deputado republicano Jim Saxton, o estudo do GAO mostra como o FMI tem sido falho em antecipar crises e também em fiscalizar a maneira como têm sido utilizados os recursos emprestados a países com dificuldades financeiras.
"Esse relatório do GAO mostra uma grande fragilidade na capacidade do FMI de antecipar crises", afirmou Saxton. "O relatório também corrobora minhas preocupações de que o FMI não tem o mínimo de salvaguardas para os empréstimos que concede."
Em resposta ao relatório do Congresso, a vice-diretora-gerente do Fundo, Anne Krueger, disse que não seria uma boa idéia fazer previsões sobre crises em determinados países, porque a previsão poderia fazer com que uma eventual crise acabasse ocorrendo. "Dadas nossas responsabilidades para a estabilidade financeira, preferimos aprimorar a utilização de nossas análises para que países vulneráveis adotem reformas que os afastem de crises."


Com agências internacionais


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