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Rigotto sugere recurso à OMC para
contornar banimento ao produto
CLÁUDIA TREVISAN
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI
O governador do Rio Grande do
Sul, Germano Rigotto, disse ontem que o Brasil poderia recorrer
à OMC (Organização Mundial do
Comércio) para tentar solucionar
o caso do veto da soja pelos chineses. "Se não houver solução para o
caso, vai ficar claro que se trata de
uma guerra comercial. Aí, a única
solução será o recurso à OMC",
disse ontem Rigotto em Xangai,
que iniciou ontem visita de dez
dias à China.
Rigotto é o segundo governador
a citar a OMC como recurso para
resolver o polêmica da soja brasileira. Na quarta-feira, o governador de Mato Grosso e maior produtor de soja do país, Blairo Maggi (PPS), disse que os chineses
mantêm níveis de tolerância diferentes para os exportadores.
Segundo Maggi, para os EUA,
por exemplo, em cada quilo pode
haver até três grãos contaminados. "Se as regras valem para os
americanos e para os argentinos,
então o Brasil terá que usar a
OMC para resolver o problema."
Representantes do governo brasileiro terão uma reunião decisiva
com funcionários do Ministério
da Quarentena da China na terça-feira, durante a qual tentarão suspender o veto às exportações de
soja que já atinge 23 empresas
com atuação no Brasil.
O governador do Rio Grande do
Sul afirmou estar confiante em
que a China aceitará os argumentos brasileiros e revogará a suspensão das empresas, que paralisou os embarques de soja do Brasil para o país asiático. Segundo
ele, não há motivo para manutenção do veto depois de o Ministério
da Agricultura do Brasil ter adotado padrões sanitários rigorosos.
Os chineses recusaram o carregamento de cinco navios, sob o
argumento de que continham sementes tratadas com o agroquímico Carboxin. Na semana retrasada, o Ministério da Agricultura
brasileiro editou instrução normativa que fixa o limite máximo
de um grão contaminado por quilo de soja nas exportações brasileiras. A regra é mais rigorosa que
a dos EUA e da Europa, que aceitam até três grãos por quilo.
O encontro de terça-feira terá a
participação do secretário de Defesa Agropecuária do Ministério
da Agricultura, Maçao Tadano,
do secretário da Agricultura do
Rio Grande do Sul, Odacir Klein, e
de representantes da Embaixada
do Brasil em Pequim.
O conflito em torno da soja será
um dos principais pontos da visita de Rigotto, cujo objetivo original era a promoção comercial e a
atração de investimentos chineses. O Estado do Rio Grande do
Sul é o um dos mais prejudicados
pelo veto à soja brasileira.
Além de enviar Klein para a reunião na Quarentena, o governador pretende tratar do assunto no
encontro que terá com dirigentes
do Ministério da Agricultura.
"Não pode perdurar essa situação, em que 1, 2 ou 3 erraram e todos são prejudicados", ressaltou
Rigotto. O governador disse ainda
que convidará os chineses a visitar os armazéns e portos brasileiros para ver de perto as condições
sanitárias da soja do país.
"O veto não é bom para a relação comercial entre os dois países,
porque pode dar a impressão de
que os chineses estão usando isso
para derrubar e renegociar preços
já contratados", acrescentou.
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