São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

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Lula anuncia US$ 3 bi ao setor naval

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem investimentos, com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), de US$ 3,02 bilhões ao setor naval.
A maioria desses recursos, US$ 1,9 bilhão, já havia sido contratado para financiar plataformas e embarcações de apoio à produção de petróleo e gás. Efetivamente de "dinheiro novo" há US$ 1 bilhão, que será usado para financiar a construção de navios petroleiros.
Neste ano, o banco irá liberar US$ 120 milhões para plataformas. Em 2005, serão liberados US$ 800 milhões para o mesmo objetivo. Em 2006, o banco irá liberar igual valor.
As embarcações de apoio irão contar com US$ 300 milhões, a partir do ano que vem. Já o dinheiro dos petroleiros, que fecha a soma dos investimentos de US$ 3,02 bilhões, ainda não tem data de liberação.
A Petrobras informou ontem o valor de duas novas plataformas. A P-34 custará R$ 265 milhões e a P-54, R$ 2,4 bilhões.
O R$ 1,3 bilhão destinado à PRA-1, causa do bate-boca entre Rosinha Matheus e José Eduardo Dutra, já havia sido anunciado anteriormente. Os recursos da P-51, R$ 2,3 bilhões, também já haviam sido anunciados.
"Os investimentos da Petrobras irão recuperar a possibilidade de trabalho de uma mão-de-obra qualificada, que estava perambulando pelas ruas deste país, sem saber o que fazer", disse Lula, na cerimônia de assinatura de 11 contratos da Petrobras, realizada ontem no Palácio do Planalto.
Lula, que aproveitou seu discurso para criticar o governo passado, afirmou que o aumento do índice de nacionalização das plataformas da Petrobras era uma promessa de campanha. Lembrou, entretanto, que outros candidatos defendiam a mesma idéia. Citou Anthony Garotinho (PMDB) e Ciro Gomes (PPS).
"Eu me lembro de quantos documentos, quantos textos, quantos panfletos tivemos que fazer para provar que nós tínhamos condições de fazer, aqui, no Brasil, aquilo que queriam fazer na Noruega", disse Lula.
O presidente relembrou que, na campanha, ao defender a construção da P-51 no Brasil, foi chamado de xenófobo (aversão a estrangeiros). "Na época, a direção da Petrobras defendeu que fosse feito fora [as plataformas], inclusive com artigos virulentos contra a idéia xenófoba de querer trazer para cá coisas que só o Primeiro Mundo produzia."
A ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia) informou que o índice de nacionalização das plataformas da Petrobras varia entre 65% e 70%. Nos últimos anos, esse índice variava de 15% a 18%. (GA)


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