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LEGISLAÇÃO
Senadores deixam análise dos destaques para a próxima semana; projeto visa elevar garantias do sistema financeiro
Texto básico da Lei de Falências é aprovado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Senado Federal aprovou ontem, por votação simbólica, o texto básico da nova Lei de Falências.
A votação não foi concluída porque ficaram para a próxima semana a análise dos destaques
apresentados pelos senadores,
que podem alterar o texto.
Uma das prioridades da agenda
legislativa do governo, o projeto
vai limitar em 150 salários mínimos (R$ 39 mil atualmente) o valor individual para a preferência
dos trabalhadores no recebimento de dívidas de empresas em processo de falência.
Essa restrição foi motivo de
controvérsia durante a tramitação do projeto na Câmara, no ano
passado. Por pressões de centrais
sindicais e da bancada do PT, os
deputados optaram por manter a
regra atual, de prioridade ilimitada para os créditos trabalhistas.
Ao ser analisado nas comissões
de Assuntos Econômicos e de
Constituição e Justiça do Senado,
o limite para recebimento de dívidas trabalhistas foi fixado. A medida conta com o apoio do Ministério da Fazenda, que inclui a Lei
de Falências com uma das propostas que vai ajudar a reduzir os
juros no país. Também está prevista no acordo assinado pelo governo Lula com o FMI (Fundo
Monetário Internacional), que recomendou alterações similares
para outros países.
O objetivo do governo com a
projeto é elevar as garantias do
sistema financeiro no recebimento dos empréstimos feitos em casos de falência. Com isso, acredita-se que haverá redução dos juros bancários -pelo diagnóstico
do Banco Central, uma das principais causas das altas taxas atuais
é o risco envolvido nos casos de
inadimplência.
A votação no Senado deve ser
concluída na próxima terça-feira,
quando os senadores votam mais
de 20 destaques alterando o texto
aprovado ontem. Como foi alterado no Senado, o projeto voltará
para a Câmara dos Deputados
após concluída a votação. Ou seja,
o texto deverá ir à sanção do presidente Luiz Inácio Lula somente
após a votação na Câmara, o que
pode acontecer na convocação
prevista para julho.
O texto aprovado no Senado é
considerado pela Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo),
pelas centrais sindicais e advogados de empresas com tendo um
tom muito "financista". Devido a
isso o lobby das centrais sindicais
contra a limitação do pagamento
das dívidas trabalhistas deve ressurgir quando o texto retornar à
Câmara dos Deputados.
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