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PREÇO AMARGO
ONG levou mulas com sacas do produto para criticar queda de preço no mercado mundial
Produtores de café protestam no Anhembi
DA REPORTAGEM LOCAL
Quatro mulas carregadas de sacas de café e três produtores da commodity do Brasil, de Honduras e do Haiti foram os símbolos utilizados pela ONG Oxfam para protestar contra a queda dos preços do café no mercado internacional. A manifestação ocorreu na manhã de ontem na entrada do Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo.
Segundo a Oxfam, a permissão para a entrada dos animais levou duas semanas para ser obtida. Mas ontem o próprio secretário-geral da Unctad, o embaixador Rubens Ricupero, se juntou aos cerca de 50 manifestantes.
"É a minha opinião e é também a da Unctad que a luta dos pequenos produtores de café deva ser apoiada sem restrições para que os produtores consigam um preço justo", disse. O secretário-geral também assinou a petição "Grande Ruído", que recolheu até agora 5 milhões de assinaturas para uma campanha pelas mudanças nas regras mundiais de comércio.
No encerramento da 11ª Unctad, que acontece hoje, é esperado o anúncio da criação de uma força-tarefa da instituição para monitorar e melhorar a situação do mercado de commodities.
O café também foi tema de mesa-redonda da qual participou Carlos Melles (PFL-MG), deputado da Comissão de Relações Exteriores de Defesa Nacional do Congresso. Segundo ele, a produtividade da commodity cresceu 137% no país em dez anos, mas a renda dos produtores encolheu. Dados da Oxfam mostram que, há uma década, os produtores de todo o mundo tinham renda de US$ 10 bilhões num mercado que gerava US$ 30 bilhões. Hoje o mercado dobrou em termos de geração de dinheiro, mas a renda dos produtores foi para US$ 6 bilhões.
Uma das razões apontadas para o declínio dos preços pagos ao produtor foi o enfraquecimento institucional da OIC (Organização Internacional do Café). O órgão, que é intergovernamental, tem como função discutir políticas de desenvolvimento para o setor cafeeiro. Em maio, os EUA anunciaram a intenção de voltar a participar da OIC, após 15 anos de afastamento.
(CC)
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