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BANESPA
Privatização está emperrada
Governo pede ao STF cassação de liminar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal vai requerer
hoje ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carlos Velloso, a cassação de medida liminar que impede a retomada do
processo de privatização do Banespa.
A AGU (Advocacia Geral da
União) vai ajuizar um agravo regimental e um pedido de reconsideração de decisão tomada na semana passada pelo ministro Marco Aurélio de Mello, que exercia a
presidência do tribunal interinamente.
O pedido da AGU não deverá
incluir o caso do IRB (Instituto de
Resseguros do Brasil). Na sexta-feira passada, Marco Aurélio concedeu liminar que suspende o leilão de privatização do IRB, marcado para o próximo dia 25.
A AGU ainda não decidiu se recorre dessa decisão neste mês ou
se espera o fim do recesso forense,
para que todo o tribunal (não
apenas o presidente) analise a
questão.
No caso do Banespa, Marco Aurélio manteve a liminar sem analisar o mérito do pedido do governo. Ele considerou que o STF não
poderia cassar liminar de ação
que tramita na primeira instância
antes de o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região concluir
o julgamento do caso.
A liminar foi concedida pela 15ª
Vara da Justiça Federal de São
Paulo, em 4 de abril, em uma ação
proposta pelo sindicato dos bancários.
Até ela chegar ao STF, a União já
havia fracassado nas tentativas de
cassá-la em outros dois tribunais:
TRF da 3ª Região e STJ (Superior
Tribunal de Justiça).
No TRF, a liminar foi inicialmente suspensa por decisão do
seu presidente, José Kallás, mas
depois restabelecida pelo plenário. O processo ainda tramita nessa instância.
O governo recorreu então ao
STJ. O presidente do tribunal, ministro Costa Leite, acolheu argumento do sindicato dos bancários
sobre a existência de questões ligadas à Constituição e mandou o
caso para o STF.
Marco Aurélio considerou que
não poderia suspender os efeitos
de uma decisão da primeira instância antes de o TRF concluir o
julgamento do caso. Esse poder
foi dado ao STF por medida provisória, cuja validade não foi reconhecida por Marco Aurélio.
Uma segunda liminar que impede o leilão de privatização do
Banespa, concedida pela Justiça
Federal de Brasília, recebeu parecer ontem do Ministério Público
Federal.
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