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COMÉRCIO EXTERIOR
Frigoríficos podem perder certificados
CAMILO TOSCANO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo decidiu ontem pressionar os 18 frigoríficos que suspenderam a compra e o abate de
boi rastreado pelos produtores,
ameaçando não conceder o certificado dado às carnes exportadas
para a União Européia.
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Maçao Tadano, considerou
a decisão tomada em conjunto
pelos frigoríficos como "ação
contra o livre mercado" e alvo de
investigação pelo Ministério Público como prática de cartelização. "A atitude casada [dos frigoríficos] leva a essa leitura [de existência de cartel]", disse Tadano.
O secretário disse ter sido informado de uma reunião, anteontem, na qual todos os frigoríficos
decidiram suspender a compra.
Presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), que reúne
os 18 frigoríficos que exportam à
UE, Edvar Vilela de Queirós negou que tenha acontecido a reunião e disse que o problema é que
não "tem boi rastreado, pronto
para abate" e que o ministério está exigindo algo "inviável".
Rodrigo Siqueira, diretor-geral
da Goiás Carnes, associada à
Abiec, confirmou que houve o encontro e responsabilizou os produtores por não realizar o rastreamento dos bois. Segundo ele, a
decisão do governo não afeta as
exportações para a UE porque
não há bois prontos para o abate.
Por exigência da UE, o ministério criou o Sisbov (Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina), chamado de "RG do boi". O
sistema, implantado a partir de 15
deste mês, acompanha a vida do
boi, levando em conta informações como alimentação, raça, idade e fazenda em que é criado.
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