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São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

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COMÉRCIO EXTERIOR

Frigoríficos podem perder certificados

CAMILO TOSCANO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu ontem pressionar os 18 frigoríficos que suspenderam a compra e o abate de boi rastreado pelos produtores, ameaçando não conceder o certificado dado às carnes exportadas para a União Européia.
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Maçao Tadano, considerou a decisão tomada em conjunto pelos frigoríficos como "ação contra o livre mercado" e alvo de investigação pelo Ministério Público como prática de cartelização. "A atitude casada [dos frigoríficos] leva a essa leitura [de existência de cartel]", disse Tadano.
O secretário disse ter sido informado de uma reunião, anteontem, na qual todos os frigoríficos decidiram suspender a compra.
Presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), que reúne os 18 frigoríficos que exportam à UE, Edvar Vilela de Queirós negou que tenha acontecido a reunião e disse que o problema é que não "tem boi rastreado, pronto para abate" e que o ministério está exigindo algo "inviável".
Rodrigo Siqueira, diretor-geral da Goiás Carnes, associada à Abiec, confirmou que houve o encontro e responsabilizou os produtores por não realizar o rastreamento dos bois. Segundo ele, a decisão do governo não afeta as exportações para a UE porque não há bois prontos para o abate.
Por exigência da UE, o ministério criou o Sisbov (Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina), chamado de "RG do boi". O sistema, implantado a partir de 15 deste mês, acompanha a vida do boi, levando em conta informações como alimentação, raça, idade e fazenda em que é criado.


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