UOL


São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CRISE NO AR

Anúncio faz ações da companhia caírem 2,1%; empresa americana tenta diminuir débitos e evitar eventual falência

Midwest adia pedido de 20 jatos da Embraer

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A companhia aérea norte-americana Midwest Express anunciou ontem a decisão de adiar de janeiro de 2004 para julho de 2006 a entrega de 20 jatos ERJ-140 produzidos pela Embraer.
A medida teve impacto negativo sobre os papéis da Embraer. As ações preferenciais (PN) fecharam ontem em queda de 2,1% na Bolsa. O contrato com a Midwest prevê, além do pedido firme de 20 aeronaves (cuja entrega agora sofre adiamento), a opção de compra de outras 20. O valor total é estimado em US$ 640 milhões.
O adiamento das entregas faz parte de um plano de reestruturação que pretende diminuir os débitos da Midwest e evitar uma eventual falência. Segundo a companhia, o intervalo permitirá que "melhore o clima para financiamentos (para a aquisição das aeronaves)". No mesmo pacote, a empresa reprogramou o recebimento de 25 jatos Boeing-717.
Por meio de sua assessoria, a Embraer informou apenas que renegociava anteriormente com a Midwest e que por tal motivo não incluíra as 20 aeronaves do pedido firme no cronograma de entregas de 2004. Assim, de acordo com a fabricante brasileira, a previsão de entregas para 2004 se manteve em 160 aeronaves.
É a segunda vez no mês que a Embraer é afetada por decisões de seus clientes. No último dia 3, a também americana Indigo cancelou a compra de 73 jatos Legacy. O contrato previa 23 pedidos firmes e 50 opções de compra -alcançava cerca de US$ 1,1 bilhão.
Dificuldades no setor de aviação comercial e no mercado de jatos executivos haviam obrigado a Embraer a reduzir, ainda em junho, de 132 para 110 o número de aviões que entregará neste ano.
"As más notícias confirmam que o mercado de aviação está muito fraco. Tem alternado excelentes notícias como a da US Airways, que se reestruturou e saiu da concordata, e da JetBlue, que está mudando o perfil de sua frota [ambas clientes da Embraer], com outras ruins como esse adiamento da Midwest ou a decisão da Indigo", diz o analista Carlos Eduardo Albano, do Unibanco.
Anunciados com intervalo de um mês, os contratos com as duas primeiras companhias são os maiores da história da Embraer. Para a US Airways, a Embraer firmou, em maio, a venda de 85 jatos regionais modelo 170, em um negócio estimado em US$ 2,1 bilhões. Em junho, na feira de Le Bourget (Paris), foi anunciada a venda de cem jatos modelo 190 à JetBlue, por US$ 3 bilhões.


Texto Anterior: Acerto de contas: Caixa paga 72% do valor de devolução do FGTS
Próximo Texto: Liminar que retomou fusão pode ser revista
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.