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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Sistema de metas deveria ser melhorado
Na sua primeira reunião depois da polêmica decisão do
Conselho Monetário Nacional
em fixar a meta de inflação em
4,5% para 2009, o Copom deverá baixar hoje mais 0,5 ponto
percentual da Selic, o juro básico da economia, que deverá ficar em 11,5 %.
O que vai ficar cada vez mais
claro, na opinião do economista Alex Agostini, da Austin Rating, é que a atenção dada ao caso da meta de inflação de 2009
fez "muito barulho por nada".
Para Agostini, mesmo considerando que a ação do CMN e
do BC tenha sido, no mínimo,
atabalhoada, quando anunciou,
em 26 de junho, que haveria
duas metas para a inflação em
2009, a postura do mercado
não se justifica, pois não foi a
meta de 2007 ou 2008 que foi
alterada, o que significa que os
efeitos de curto e médio prazos
das ações da política monetária
continuam preservados.
O economista acha, no entanto, que o foco da discussão
está equivocado. Em extenso
trabalho intitulado "Metas de
inflação: Uma Contribuição para o Aperfeiçoamento", a Austin Rating defende a modernização do sistema de metas de inflação, engessado desde a sua
instituição, em junho de 1999,
apesar de todas as mudanças
que a economia sofreu.
"Basta avaliar a forte derrocada do dólar e o longo período
de queda da taxa de juros básica, sendo acompanhada de uma
queda estrutural da taxa de inflação e do risco país", diz Agostini. "O mundo é outro, mas o
sistemas de metas não."
A Austin propõe as seguintes
medidas para aperfeiçoar o sistema de metas de inflação:
1 - bandas de flutuação sem
um ponto central: significa o
abandono do sistema utilizado
atualmente, que contempla um
alvo central com uma ampla
margem de segurança para cima e para baixo. A banda de flutuação seria estreitada. Hoje,
por exemplo, a banda ficaria
entre 3,5% e 5,5%, e não entre o
intervalo atual, de 2,5% a 6,5%;
2 - prazo de validade da meta
de 12 meses móveis e não mais
o ano-calendário : o objetivo é
que os choques adversos se acomodem naturalmente, sem que
haja a necessidade de elevar os
juros para forçar a inflação a
convergir para a meta. A contabilização do cumprimento da
meta seria feito mês a mês, conforme o desempenho da inflação, permitindo que haja um
prazo para o enquadramento
em caso de desvio; e
3 - bandas extra: trata-se de
um complemento das bandas
de flutuação para ser usado em
momentos críticos, como, por
exemplo, a crise de confiança
que atingiu a economia brasileira na segunda metade de
2002. Essa banda extra seria a
admissão de uma taxa de inflação maior por um curto espaço
de tempo, sem colocar a credibilidade do sistema em cheque.
SUPERINGLESA
Depois de nove meses de negociação, a Supermarcas,
empresa de licenciamento de Porto Alegre, acaba de fechar contrato exclusivo com a marca inglesa Laura Ashley, de artigos para casa e moda. A gaúcha fica responsável por todos os produtos com a assinatura da grife vendidos para a América Latina. "A idéia é focar no Brasil. Produzir no país e exportar para a América Latina", diz Nilton Carvalho, sócio da Supermarcas.
NERVOS DE AÇO
O mercado de aço no primeiro semestre foi aquecido.
As vendas dos associados do Inda (Instituto Nacional dos
Distribuidores de Aço) atingiram 1,615 milhão de toneladas, alta de 29,51% ante o mesmo período de 2006. A média mensal de venda chegou a 273 mil toneladas, a maior
registrada pelo setor em mais de 30 anos, segundo Christiano Freire, presidente do Inda. "A distribuição reflete outros setores como construção civil e automobilístico."
NOVA FRENTE
Guido Mantega (Fazenda)
se reuniu ontem longamente, em encontros separados,
com Paulo Skaf (Fiesp), Delfim Netto e Luciano Coutinho (BNDES). Na véspera,
ele tinha se encontrado, no
início da noite, com o presidente Lula. Mantega quer
estabelecer, a partir de agora, uma rotina de ouvir pessoas representativas da sociedade sobre a economia.
DECORATIVO
Em sua 21ª edição, a Casa
Cor recebeu 100 mil pessoas
durante os 42 dias do evento
-alta de 11% sobre 2006- e
teve a participação de 3.000
profissionais. A mostra teve
recorde de apoios, com 15
empresas, expansão de 20%
em relação a 2006. Cerca de
200 empresas participaram
com lançamentos e cem
eventos foram realizados.
DESEJO
Um estudo com 28 mil
executivos e profissionais liberais homens, entre 30 e 70
anos, constatou que 25%
apresentam queda do desejo
sexual. A pesquisa mostra
que 70% convivem com altos índices de estresse, 50%
são sedentários, 50% usam
regularmente bebidas alcoólicas, 25% são tabagistas,
50% têm altos níveis de colesterol, e 23% são hipertensos. O estudo foi feito pela
Med-Rio Check-up.
BILATERAL
A CNI promove, sexta, na
Fiesp, o Encontro Empresarial Brasil-México. O objetivo é aprofundar o ACS 53,
acordo bilateral considerado ainda tímido. O momento
é propício já que as negociações multilaterais da Rodada Doha estão suspensas.
Para a CNI o Brasil não pode
ficar de fora das negociações
bilaterais ou por blocos de
países. Miguel Jorge é esperado no evento. Paulo
Eduardo Sojoassim, secretário de economia do México,
também. Cerca de 50 empresários mexicanos estão
inscritos. São esperados outros cem brasileiros.
CARONA
Fiat, GM, Honda, Toyota e
Volkswagen confirmaram
presença no Fórum e Salão
Nacional da Indústria do
Aluguel de Automóveis, nos
dias 14 e 15 de agosto, em São
Paulo. A Abla (Associação
Brasileira das Locadoras de
Automóveis) estima receber
mais de 5.000 visitantes.
TESOURA
As vendas do comércio
atacadista de tecidos de São
Paulo registraram redução
de 2% em média na primeira
quinzena de julho, em relação a igual período do mês
passado. Os dados são do
Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos de São
Paulo.
Quirós lança novo grupo de controle ambiental
Juan Quirós, ex-Apex,
lança, no fim desta semana,
seu novo grupo de empresas.
Elas atuarão no ramo de
controle da contaminação
ambiental (ar), de sistemas
de climatização e de instalação de utilidades para grandes projetos. O volume de
negócios para 2007 já está
definido em valores próximos a R$ 150 milhões em
contratos. A abertura de capital será estruturada para o
primeiro semestre de 2008.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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