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Presidente descarta medidas no câmbio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi taxativo ontem ao
descartar qualquer medida "intempestiva" para conter a valorização do real. Diante de uma
platéia de empresários e integrantes da equipe econômica
do governo, Lula disse que irá
"aguardar, com muita paciência, que o dólar se acomode".
"É assim, precisa ser assim, e
não me peçam para fazer nenhuma medida intempestiva",
afirmou o presidente, em discurso de improviso durante
reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no Palácio do Planalto.
Não houve nenhuma referência específica à possibilidade de elevar a alíquota de IOF
(Imposto sobre Operações Financeiras) sobre os recursos
estrangeiros que ingressam no
país, negada ontem pelo ministro Guido Mantega (Fazenda).
Lula deu a entender que não
há muito a fazer para conter a
queda do dólar. Disse que, com
a entrada de capital no país
chegando "a US$ 45 bilhões"
(foram US$ 46,1 bilhões nos
primeiros cinco meses do ano),
o BC "pode comprar, pode
comprar", mas o câmbio dificilmente alcançará a taxa de que
os exportadores gostariam.
Com essas compras, as reservas
internacionais já ultrapassaram os US$ 150 bilhões.
Lula também descartou mudanças na política econômica e
disse que o governo "não vai
rasgar nota de cem".
"A gente sabe que, por mais
que a situação esteja tranqüila,
não vamos rasgar nota de cem,
nós não vamos dar nenhum
passo que possa significar,
amanhã, um tropeço maior para a gente quebrar a cara e ter
que voltar atrás", afirmou.
Lula voltou a dizer que a economia vive período "excepcional" e que o país está perto de
atingir patamar de crescimento
acima de 5%, com juros em padrões internacionais. Portanto,
disse ele, não há por que "se
precipitar". "Por que a gente
tem que mudar e tentar dar um
rompante, fazer aquela mágica
em que, depois, não aparece nenhum coelho e aparece uma cacetada na nossa cabeça?"
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