São Paulo, sexta-feira, 18 de julho de 2008

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MERCADO ABERTO

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

BC deve promover maior aperto monetário, diz Austin Rating

O Banco Central deveria intensificar ainda mais o aperto monetário e subir os juros em um ponto percentual na próxima reunião do Copom, marcada para a próxima semana.
Essa é a avaliação de Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Para o especialista, o aumento de um ponto transmitiria confiança aos agentes econômicos e mostraria que o país está preocupado não só com a alta de preços mas também com o cumprimento das metas de inflação.
"Com a inflação importada [vinda das commodities e dos alimentos], o BC tem que fazer o máximo possível para preservar a credibilidade do sistema de metas, mantendo o cumprimento, pelo menos, em 2009."
Apesar da "receita ideal" defendida pela Austin Rating, Agostini diz que o mais provável é que a autoridade monetária eleve a Selic em 0,75 ponto percentual na semana que vem.
O economista argumenta que, assim, o BC sinalizará novas altas e atingirá o objetivo de controlar a expectativa de inflação de 2009, que está em 5%, de acordo com o boletim Focus.
"O Banco Central não pode manter esse ritmo de alta, sob pena não só de a meta deste ano ir para o espaço como também a de 2009", afirma o economista. O Copom retomou em abril, depois de três anos, o ciclo de aumento de juros, quando elevou a Selic em meio ponto percentual. Na reunião do início de junho, foi anunciado um segundo reajuste de meio ponto.
Para o economista-chefe da Austin Rating, se o Banco Central adotar uma dose menor de aperto monetário, estaria praticamente dando como perdida a luta contra a inflação porque reduziria a margem de manobra para o cumprimento da meta no ano que vem.
A projeção da consultoria é que a Selic encerre o ano entre 15% e 15,25%, o que retoma os juros verificados em maio de 2006. A Selic está em 12,25%. A Austin Rating diz que o Copom deve continuar a aumentar os juros no início de 2009.

Economista diz que política para indústria é tímida

O Brasil se torna cada vez mais dependente das exportações de commodities quando a desaceleração da economia mundial e a retração do consumo são dadas como certas pela maior parte dos analistas, diz o economista Antonio Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP.
Lacerda afirma que a nova política industrial anunciada pelo governo ainda é tímida para alavancar as exportações de produtos com alto valor agregado.
Segundo Lacerda, o aumento da meta de exportações de US$ 180 bilhões em 2008 para US$ 190 bilhões, anunciada há uma semana, dá "a falsa sensação de progresso". "Embora as expectativas sobre exportações sejam crescentes, as referentes ao superávit comercial são declinantes", diz o professor.
De acordo com o economista, a noção de evolução das vendas para fora do país também é duvidosa porque as exportações são desproporcionais ao tamanho da economia brasileira. O Brasil está entre os dez países com os maiores PIBs, mas, no ranking dos maiores exportadores do mundo, o país ocupa a 23ª posição, segundo classificação da OMC (Organização Mundial do Comércio) em 2007.

PÁREO
O empresário Rubens Ometto, dono da Cosan, que recentemente comprou a Esso, entrou na disputa para levar a Texaco do Brasil. No páreo, estão o grupo Ultra e a Petrobras.

LOUSA
A Fundação Getulio Vargas participa do consórcio Open Course Ware Consortium, formado por instituições de ensino que oferecem cursos e materiais didáticos de graça pela internet. O acesso aos cursos está disponível no endereço http://ocw.uci.edu.

VOLUNTÁRIO
A Intel organiza ação de voluntariado como parte das comemorações de seu 40º aniversário. O objetivo é que os funcionários da Intel dediquem 1 milhão de horas neste ano a programas de voluntariado.

NO LAÇO
Paulo Skaf vai receber, na terça, cowboys de Barretos no fórum "Barretos, um grande negócio". No evento, serão discutidas oportunidades de investimentos e apresentados casos de investidores e patrocinadores do rodeio.

AJUSTE
Natalino Nascimento dos Santos, do departamento financeiro do banco Nossa Caixa, lança "SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro -Um Novo Conceito para a Economia do Brasil" (Editora Érica). Na obra, Nascimento faz uma abordagem das alterações ocorridas no mercado financeiro e dos ajustes aos padrões internacionais com a aprovação pela diretoria do Banco Central, em 1999, do Projeto de Reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro, que teve o apoio das instituições financeiras e das associações de bancos.

FUMAÇA
O cultivo do fumo negro na Bahia para produzir charutos e cigarrilhas está em baixa. Enquanto o resto do país triplicou a produção de fumo nos últimos 25 anos, a indústria na Bahia, que já empregou 50 mil pessoas, hoje emprega metade, diz o Sindifumo-SP (sindicato da indústria). Em parceria com o Sindifumo-BA, o Sindifumo SP reivindica, neste mês, pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Fumo, a redução da alíquota do IPI de 30% para 15% sobre a comercialização.

com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI


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