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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
BC deve promover maior aperto monetário, diz Austin Rating
O Banco Central deveria intensificar ainda mais o aperto
monetário e subir os juros em
um ponto percentual na próxima reunião do Copom, marcada para a próxima semana.
Essa é a avaliação de Alex
Agostini, economista-chefe da
Austin Rating. Para o especialista, o aumento de um ponto
transmitiria confiança aos
agentes econômicos e mostraria que o país está preocupado
não só com a alta de preços mas
também com o cumprimento
das metas de inflação.
"Com a inflação importada
[vinda das commodities e dos
alimentos], o BC tem que fazer
o máximo possível para preservar a credibilidade do sistema
de metas, mantendo o cumprimento, pelo menos, em 2009."
Apesar da "receita ideal" defendida pela Austin Rating,
Agostini diz que o mais provável é que a autoridade monetária eleve a Selic em 0,75 ponto
percentual na semana que vem.
O economista argumenta
que, assim, o BC sinalizará novas altas e atingirá o objetivo de
controlar a expectativa de inflação de 2009, que está em 5%,
de acordo com o boletim Focus.
"O Banco Central não pode
manter esse ritmo de alta, sob
pena não só de a meta deste ano
ir para o espaço como também
a de 2009", afirma o economista. O Copom retomou em abril,
depois de três anos, o ciclo de
aumento de juros, quando elevou a Selic em meio ponto percentual. Na reunião do início de
junho, foi anunciado um segundo reajuste de meio ponto.
Para o economista-chefe da
Austin Rating, se o Banco Central adotar uma dose menor de
aperto monetário, estaria praticamente dando como perdida
a luta contra a inflação porque
reduziria a margem de manobra para o cumprimento da meta no ano que vem.
A projeção da consultoria é
que a Selic encerre o ano entre
15% e 15,25%, o que retoma os
juros verificados em maio de
2006. A Selic está em 12,25%. A
Austin Rating diz que o Copom
deve continuar a aumentar os
juros no início de 2009.
Economista diz que política para indústria é tímida
O Brasil se torna cada
vez mais dependente das
exportações de commodities quando a desaceleração da economia mundial
e a retração do consumo
são dadas como certas pela
maior parte dos analistas,
diz o economista Antonio
Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP.
Lacerda afirma que a
nova política industrial
anunciada pelo governo
ainda é tímida para alavancar as exportações de
produtos com alto valor
agregado.
Segundo Lacerda, o aumento da meta de exportações de US$ 180 bilhões
em 2008 para US$ 190 bilhões, anunciada há uma
semana, dá "a falsa sensação de progresso". "Embora as expectativas sobre
exportações sejam crescentes, as referentes ao superávit comercial são declinantes", diz o professor.
De acordo com o economista, a noção de evolução
das vendas para fora do
país também é duvidosa
porque as exportações são
desproporcionais ao tamanho da economia brasileira. O Brasil está entre os
dez países com os maiores
PIBs, mas, no ranking dos
maiores exportadores do
mundo, o país ocupa a 23ª
posição, segundo classificação da OMC (Organização Mundial do Comércio)
em 2007.
PÁREO
O empresário Rubens
Ometto, dono da Cosan, que
recentemente comprou a
Esso, entrou na disputa para
levar a Texaco do Brasil. No
páreo, estão o grupo Ultra e
a Petrobras.
LOUSA
A Fundação Getulio Vargas participa do consórcio
Open Course Ware Consortium, formado por instituições de ensino que oferecem
cursos e materiais didáticos
de graça pela internet. O
acesso aos cursos está disponível no endereço http://ocw.uci.edu.
VOLUNTÁRIO
A Intel organiza ação de
voluntariado como parte das
comemorações de seu 40º
aniversário. O objetivo é que
os funcionários da Intel dediquem 1 milhão de horas
neste ano a programas de
voluntariado.
NO LAÇO
Paulo Skaf vai receber, na
terça, cowboys de Barretos
no fórum "Barretos, um
grande negócio". No evento,
serão discutidas oportunidades de investimentos e
apresentados casos de investidores e patrocinadores
do rodeio.
AJUSTE
Natalino Nascimento dos
Santos, do departamento financeiro do banco Nossa
Caixa, lança "SPB - Sistema
de Pagamentos Brasileiro
-Um Novo Conceito para a
Economia do Brasil" (Editora Érica). Na obra, Nascimento faz uma abordagem
das alterações ocorridas no
mercado financeiro e dos
ajustes aos padrões internacionais com a aprovação pela diretoria do Banco Central, em 1999, do Projeto de
Reestruturação do Sistema
de Pagamentos Brasileiro,
que teve o apoio das instituições financeiras e das associações de bancos.
FUMAÇA
O cultivo do fumo negro
na Bahia para produzir charutos e cigarrilhas está em
baixa. Enquanto o resto do
país triplicou a produção de
fumo nos últimos 25 anos, a
indústria na Bahia, que já
empregou 50 mil pessoas,
hoje emprega metade, diz o
Sindifumo-SP (sindicato da
indústria). Em parceria com
o Sindifumo-BA, o Sindifumo SP reivindica, neste mês,
pela Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Fumo, a
redução da alíquota do IPI
de 30% para 15% sobre a comercialização.
com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI
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