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Venda de imóveis tem maior ritmo em 1 ano
Segundo sindicato da habitação de SP, 21% das unidades disponíveis em maio foram vendidas; na pior fase da crise, taxa caiu para 5%
Indústria de material de construção também mostra retomada, atribuída a programa habitacional
e à desoneração de IPI
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
O mercado de imóveis residenciais novos começa a mostrar recuperação, após o baque
nas vendas com o agravamento
da crise. Das unidades disponíveis na cidade de São Paulo em
maio, 21,3% foram comercializadas, o melhor desempenho
desde o mesmo mês do ano passado (21,8%), quando o estoque
era menor, segundo o Secovi-SP (Sindicato da Habitação).
Esse indicador chegou ao piso (4,9%) em outubro, e as
construtoras diminuíram o ritmo de lançamentos. No acumulado do ano até maio, 6.435
imóveis foram colocados no
mercado, pouco mais da metade do que foi registrado em
igual período de 2008.
Para Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, o
aquecimento nas vendas se deve à divulgação do programa
Minha Casa, Minha Vida, que
deixou o setor em evidência, e
ao feirão da casa própria da Caixa Econômica Federal.
Devido ao número de projetos aprovados até agora, Petrucci prevê que 28 mil unidades sejam lançadas neste ano,
ante 34 mil em 2008. De olho
nos consumidores de menor
renda, afirma, muitas construtoras estão adaptando os imóveis que colocarão à venda.
Na média dos cinco primeiros meses do ano, 11,1% das unidades disponíveis foram comercializadas, e a previsão para
2009 é atingir 12%. "Com a taxa
Selic em queda, também estão
de volta aos plantões de venda
os consumidores que veem o
imóvel como investimento."
Os números divulgados ontem pela Abramat (associação
da indústria de material de
construção) também apontam
para uma melhora no setor de
habitação. Embora as vendas
internas no primeiro semestre,
já deflacionadas, tenham caído
16% ante o mesmo período do
ano passado, a queda nos últimos 12 meses é de apenas 2%.
Com as facilidades nas condições de financiamento, a prorrogação da desoneração de IPI
e a expansão da demanda devido ao Minha Casa, Minha Vida,
Melvyn Fox, presidente da entidade, projeta que a venda
anual possa ficar igual à de
2008. Como a base de comparação é elevada, ele ressalta que
o crescimento zero seria um
dado a comemorar. Junho teve
o maior faturamento mensal
deflacionado deste ano.
Para o economista Francisco
Pessoa, da LCA Consultores,
além das medidas do governo
federal, a melhora da confiança
do consumidor ajuda a explicar
esse reaquecimento, já que o
setor é impulsionado pelos financiamentos, que podem alcançar até três décadas. "Se há
uma percepção de que a situação vai melhorar, [o potencial
mutuário] pode até achar que o
valor do imóvel vai aumentar."
Corroborando o bom momento para o setor, a Gafisa e a
Tenda lançam nesta segunda-feira um programa para seleção
de engenheiros. Segundo sua
assessoria, não há número de
vagas predefinido.
Incorporadoras que divulgaram o desempenho no segundo
trimestre também seguem essa
linha de bons resultados. A
Even registrou R$ 253 milhões
em vendas, o dobro em relação
ao trimestre anterior. Já a Rodobens Negócios Imobiliários
contabilizou alta de 57%, chegando a R$ 141 milhões.
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