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SINDICALISMO
Insastifeitos com a decisão do atual presidente da central, bancários decidem não indicar nomes para a nova diretoria nacional
Permanência de Vicentinho "racha" CUT
SÉRGIO LÍRIO
da Reportagem Local
A decisão de Vicente Paulo da
Silva, o Vicentinho, de disputar
mais um mandato na CUT (Central Única dos Trabalhadores)
causou um "racha" na Articulação, tendência política majoritária
na central.
Ontem, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, um dos mais tradicionais e estruturados da CUT,
decidiu não indicar nomes para a
diretoria estadual, que será escolhida em congresso que termina
no final de semana.
Eles pretendem também convencer a CNB (Confederação Nacional dos Bancários) e sindicatos
da categoria de outros Estados a
seguir a mesma postura no congresso nacional, em agosto.
Os bancários de São Paulo se
sentiram traídos pela forma como
foi decidida a permanência de Vicentinho na disputa.
Eles esperavam que o atual presidente deixasse a CUT para concorrer a uma vaga de deputado federal
no ano que vem.
Isso abriria espaço para o nome
de João Vaccari Neto, bancário,
que hoje ocupa o cargo de secretário-geral na CUT, o segundo na
hierarquia da entidade.
Vaccari era o nome mais cotado
para substituir Vicentinho. O próprio presidente da central, há cerca
de um mês, o havia indicado para
ocupar seu lugar.
O anúncio de que Vicentinho irá
participar da disputa foi feito anteontem, em uma reunião dos dirigentes da Articulação.
Isso significa praticamente um
novo mandato, já que a Articulação deve chegar ao congresso em
agosto com cerca de 53% dos delegados. Eleito em 94, Vicentinho
deve ser reconduzido ao cargo por
mais três anos.
Restrições
O "racha" revela que a gestão de
Vicentinho não é uma unanimidade dentro da central.
Os próprios bancários nunca
apoiaram sua permanência na
presidência da CUT.
Segundo Ricardo Berzoini, presidente dos bancários de São Paulo, Vicentinho é centralizador e
personalista.
Algumas atitudes de Vicentinho
durante a atual gestão irritaram os
bancários.
Uma delas foi a convocação da
fracassada greve geral do ano passado. Para os bancários, o momento não era oportuno e os resultados desgastaram a central.
Os bancários também não "enguliram" as tentativas de Vicentinho de negociar com o governo a
reforma da Previdência, no ano
passado. Segundo eles, a idéia de
negociar não foi discutida na CUT.
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