São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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PAINEL S.A.

Depois da tempestade...
A economia brasileira deve fechar o ano com dólar inferior a R$ 2,80, taxa de juro básica de 17% e um superávit comercial de US$ 5,5 bilhões. A projeção, feita por 61 economistas de bancos em pesquisa realizada pela Febraban na primeira quinzena de agosto, será divulgada amanhã.

...a bonança
Roberto Troster (Febraban) diz que, de modo geral, as projeções para as 31 variáveis econômicas indicam um cenário melhor até o fim do ano. Para dezembro de 2003, as estimativas são de taxa de juro básica inferior a 15%, dólar a R$ 2,90 e superávit de US$ 6,9 bilhões.

Safra gorda
O Banco do Brasil colocou R$ 1,8 bilhão à disposição dos produtores rurais do Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar), 20% mais do que o liberado na safra anterior. Desse total, R$ 385 milhões serão direcionados aos assentados pela reforma agrária.

Portões abertos
Para comemorar seus 33 anos, a Embraer vai receber hoje mais de 25 mil pessoas em sua fábrica, em São José dos Campos (SP). A empresa abre as portas aos empregados e seus familiares.

Jóia
Empresários do setor de jóias fizeram as contas da Fenijer, feira fechada para joalheiros que acontece duas vezes por ano em São Paulo. Em quatro dias de feira, 150 expositores de todo o Brasil fecharam negócios no valor de R$ 75 milhões.

Queda-de-braço
As operadoras brasileiras de TV paga uniram esforços nas negociações de preços com as programadoras, que cobravam em dólar. A estratégia já surte efeito: só Turner e HBO ainda mantêm a tabela em dólar.

Fim de governo
José Mauro Carneiro da Cunha, vice-presidente do BNDES, deixará seu posto para estudar no exterior. Em seu lugar entra Izaac Zagury, da área financeira. Outro diretor, Otávio Castelo Branco, também está de saída.

E-mail -
guilherme.barros@uol.com.br

ANÁLISE

Escalada

Com o dólar acima de R$ 3,00, a dívida pública líquida já deve representar 60% do PIB, segundo o economista Raul Velloso. Para ele, é a primeira vez em que a dívida pública atinge essa proporção. A cada aumento de 10% no câmbio, a relação dívida/PIB avança mais três pontos percentuais, pelas contas de Velloso. "O que preocupa é a escalada da dívida", diz o economista. O acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) deveria ter sido suficiente para conter a alta do dólar, o que não ocorreu. Como 50% da dívida pública está ancorada no câmbio, o risco é de ocorrer um círculo vicioso. A moeda americana sobe porque a dívida cresce e a dívida aumenta por causa do dólar. Ou seja, ninguém sabe mais quem é causa e quem é consequência.


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