São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2004

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Instabilidade pode afastar investidor

DA REPORTAGEM LOCAL

O cronograma de decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) previsto para esta semana e o recente imbróglio sobre o leilão das áreas de exploração de petróleo da ANP (Agência Nacional do Petróleo) ajudam a manter a aura de desconfiança nos investidores estrangeiros em relação ao Brasil.
"A grande questão das leis no Brasil é que elas não têm consistência temporal. Isso é um grande problema. Para que a economia funcione, é preciso regras claras", afirma Luciana Yeung, professora do Ibmec-SP.
Segundo a professora, os eventos desta semana geram incertezas que impedem uma queda mais acentuada do risco Brasil e também a melhoria dos "ratings" (nota de crédito) concedidos ao Brasil por agências de risco.
"[As agências] olham para cenários de curto e médio prazos. Quando há mudanças nas regras do jogo, se cria mais instabilidade", disse Yeung ao explicar por que o Brasil ainda não foi elevado à categoria de "investment grade" -grau de confiança máxima dos mercados.
Em parecer para investidores divulgado nesta semana, o Bradesco argumenta que um dos fatores que atrapalham uma melhoria mais acelerada do risco Brasil é a tensão provocada pelas decisões do STF sobre a contribuição previdenciária e sobre o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
De acordo com o Bradesco, o risco Brasil, calculado pelo banco JP Morgan, já poderia estar em 501 pontos básicos. Ontem, o indicador fechou em 554 pontos.


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