|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Químicos e metalúrgicos dizem que momento é ideal para negociação
Sindicato tenta repor perda do Real
DA REPORTAGEM LOCAL
Químicos e metalúrgicos da
Força Sindical vão, em suas campanhas salariais, em busca de aumento para repor perdas causadas desde o Plano Real. Juntas, as
duas categorias profissionais reúnem cerca de 800 mil trabalhadores no Estado de São Paulo.
"Houve crescimento na produção, no emprego e na exportação
dos setores químico, plástico e
farmacêutico. Esse é o momento
ideal para negociarmos e transformarmos esse desempenho positivo do setor em dinheiro no
bolso do trabalhador", afirma
Sérgio Luiz Leite, secretário-geral
da Fequimfar (Federação dos
Trabalhadores da Indústria Química e Farmacêutica), que reúne
32 sindicatos paulistas.
Estudo feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) para a federação dos químicos revela que a categoria teve reajustes acima da inflação (medida
pelo INPC do IBGE) em dois períodos -1995 e 2000. O ganho
real obtido em 1995 foi de 0,99%.
Em 2000, o aumento foi de 1,27%.
De acordo com a Fequimfar, os
cerca de 75 mil trabalhadores têm
perda acumulada da ordem de
10% no período de 1995 até agora.
"Para repor o poder aquisitivo,
vamos ainda definir qual o reajuste salarial necessário. Esse valor
vai depender da inflação do período", diz o secretário da federação.
A categoria vai lançar amanhã,
em São Paulo, a campanha deste
ano. Na pauta de reivindicações
também estão participação nos
lucros, redução da jornada, além
de manutenção de todos os direitos já conquistados.
Metalúrgicos
Os 700 mil metalúrgicos do Estado de São Paulo, representados
por 51 sindicatos ligados à Força,
definiram que vão pedir aos empresários do setor 15% de reajuste
-sendo cerca de 8% de ganho
real- nas negociações salariais
deste ano. O índice foi definido
ontem em plenária que reuniu representantes dessas entidades.
Além do reajuste, os trabalhadores reivindicam piso salarial de
R$ 700; redução da jornada de
trabalho para 40 horas semanais e
regulamentação do primeiro emprego -com pagamento de piso
aos contratados e cláusulas que
impeçam a rotatividade com
achatamento salarial (substituir
um trabalhador mais experiente
com salário mais alto por um contratado no primeiro emprego
com rendimento menor).
"Há um cenário econômico favorável, com crescimento da produção e do faturamento em média de 15%. Por isso definimos esse percentual", diz Eleno José Bezerra, presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo.
Bancários da CUT
Os bancários de São Paulo, ligados à CUT, fazem hoje, na praça
do Patriarca, a "olimpíada" dos
trabalhadores para dar prosseguimento a sua campanha salarial e
prometem parar amanhã cerca de
cem agências bancárias da região
oeste de São Paulo.
A categoria recusou o reajuste
de 6% proposto pelos bancos e
pedem reajuste de 25% -sendo
6,22% de reposição da inflação
mais 17,68% de aumento real.
Sem acordo, a categoria -que
reúne 400 mil funcionários de
bancos públicos e privados- pode entrar em greve a partir de 1º
de setembro, informaram a Confederação Nacional dos Bancários
e o Sindicato dos Bancários de São
Paulo.
(CR)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Campanhas vão discutir falta de mão-de-obra Índice
|