São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2004

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TRABALHO

Químicos e metalúrgicos dizem que momento é ideal para negociação

Sindicato tenta repor perda do Real

DA REPORTAGEM LOCAL

Químicos e metalúrgicos da Força Sindical vão, em suas campanhas salariais, em busca de aumento para repor perdas causadas desde o Plano Real. Juntas, as duas categorias profissionais reúnem cerca de 800 mil trabalhadores no Estado de São Paulo.
"Houve crescimento na produção, no emprego e na exportação dos setores químico, plástico e farmacêutico. Esse é o momento ideal para negociarmos e transformarmos esse desempenho positivo do setor em dinheiro no bolso do trabalhador", afirma Sérgio Luiz Leite, secretário-geral da Fequimfar (Federação dos Trabalhadores da Indústria Química e Farmacêutica), que reúne 32 sindicatos paulistas.
Estudo feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) para a federação dos químicos revela que a categoria teve reajustes acima da inflação (medida pelo INPC do IBGE) em dois períodos -1995 e 2000. O ganho real obtido em 1995 foi de 0,99%. Em 2000, o aumento foi de 1,27%.
De acordo com a Fequimfar, os cerca de 75 mil trabalhadores têm perda acumulada da ordem de 10% no período de 1995 até agora. "Para repor o poder aquisitivo, vamos ainda definir qual o reajuste salarial necessário. Esse valor vai depender da inflação do período", diz o secretário da federação.
A categoria vai lançar amanhã, em São Paulo, a campanha deste ano. Na pauta de reivindicações também estão participação nos lucros, redução da jornada, além de manutenção de todos os direitos já conquistados.

Metalúrgicos
Os 700 mil metalúrgicos do Estado de São Paulo, representados por 51 sindicatos ligados à Força, definiram que vão pedir aos empresários do setor 15% de reajuste -sendo cerca de 8% de ganho real- nas negociações salariais deste ano. O índice foi definido ontem em plenária que reuniu representantes dessas entidades.
Além do reajuste, os trabalhadores reivindicam piso salarial de R$ 700; redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e regulamentação do primeiro emprego -com pagamento de piso aos contratados e cláusulas que impeçam a rotatividade com achatamento salarial (substituir um trabalhador mais experiente com salário mais alto por um contratado no primeiro emprego com rendimento menor).
"Há um cenário econômico favorável, com crescimento da produção e do faturamento em média de 15%. Por isso definimos esse percentual", diz Eleno José Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

Bancários da CUT
Os bancários de São Paulo, ligados à CUT, fazem hoje, na praça do Patriarca, a "olimpíada" dos trabalhadores para dar prosseguimento a sua campanha salarial e prometem parar amanhã cerca de cem agências bancárias da região oeste de São Paulo.
A categoria recusou o reajuste de 6% proposto pelos bancos e pedem reajuste de 25% -sendo 6,22% de reposição da inflação mais 17,68% de aumento real.
Sem acordo, a categoria -que reúne 400 mil funcionários de bancos públicos e privados- pode entrar em greve a partir de 1º de setembro, informaram a Confederação Nacional dos Bancários e o Sindicato dos Bancários de São Paulo. (CR)

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