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BALANÇOS
Instituição tem ganho de R$ 1,42 bi no semestre, perdendo apenas para o Itaú; 20 maiores lucram R$ 7,6 bi no ano
Lucro do Banco do Brasil bate o do Bradesco
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco do Brasil foi o destaque
da safra de balanços do setor financeiro no primeiro semestre. O
banco teve lucro de R$ 1,42 bilhão
e rentabilidade de 23,3% ao ano
sobre o patrimônio líquido.
A instituição bateu o Bradesco,
em lucro e rentabilidade, e chegou
bem perto do resultado do Itaú
-o campeão dos 20 bancos que
já divulgaram balanços semestrais.
No total, esses bancos acumularam lucro líquido de R$ 7,6 bilhões, 14,4% acima do obtido em
igual período de 2003. A rentabilidade média dos bancos, entretanto, teve leve queda -de 22,2% no
primeiro semestre de 2003 para
22% no final de junho último.
A estratégia para manter os lucros crescentes do setor foi a expansão da atividade bancária,
apoiada na retomada da economia. Isso permitiu que os bancos
alavancassem seus lucros, apesar
da queda dos juros, tanto com
aplicações em títulos e valores
mobiliários como com a expansão das carteiras de crédito.
O levantamento dos balanços
dos 20 bancos foi feito pela EFC
(Engenheiros Financeiros e Consultores) e representa 66% dos
ativos totais do sistema financeiro
nacional. "Sem dúvida, a surpresa
do semestre foi o BB, que obteve
performance similar à dos grandes bancos privados", diz Carlos
Coradi, presidente da EFC.
Segundo Coradi, é a primeira
vez que o BB, maior banco do
país, supera o lucro de quase todos os grandes bancos privados.
Comparado a outro grande banco
público, a CEF (Caixa Econômica
Federal), os resultados do BB se
destacam ainda mais.
A CEF, terceiro maior banco em
ativos, obteve lucro de R$ 624 milhões, com rentabilidade de 21,3%
ao ano. Um resultado próximo ao
do Real ABN Amro, por exemplo,
que registrou lucro de R$ 689,8
milhões no primeiro semestre. O
Real, entretanto, é o sétimo banco
em ativos totais no ranking do setor (ou o quinto maior, se forem
considerados só os bancos do setor privado).
"A CEF ainda está muito carregada com títulos públicos, cuja
rentabilidade vem caindo com a
redução da taxa de juros, a Selic",
observa Gustavo Pedreira, analista da ABM Consulting.
Além disso, segundo ele, a CEF
continua muito inchada e com
uma carteira de crédito difícil
-com problemas de recuperação de empréstimos no segmento
habitacional.
"A CEF vem se estruturando, já
avançou bastante, mas ainda está
longe do perfil do BB", diz Pedreira. A instituição, segundo o analista, vem de um prejuízo de R$
4,6 bilhões, no exercício de 2001,
que reverteu no ano seguinte,
quando obteve lucro de R$ 1 bilhão. Em 2003, obteve lucro de R$
1,6 bilhão.
Despesas
Para Coradi, o destacado desempenho do BB se deve, principalmente, ao aumento de 21,6%
no resultado bruto da intermediação financeira -o conjunto dos
negócios bancários. O resultado
bruto é a diferença entre as receitas e as despesas da intermediação financeira. No caso do BB, essa conta foi de R$ 4,8 bilhões.
"Esse valor foi obtido principalmente devido ao corte de despesas", diz Coradi. As despesas da
intermediação financeira caíram
de R$ 12,5 bilhões no primeiro semestre de 2003 para R$ 10,8 bilhões no semestre passado.
Para Catarina Pedrosa, analista
do Banif Investment Bank, também contribuiu para o lucro do
BB a redução de 32% no pagamento de impostos devido à variação cambial.
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