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CONSUMO
Pesquisa revela que caiu entre os consumidores da classe B a fuga para os produtos mais baratos registrada desde 2002
Classe média segura vendas de marcas líderes
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Ainda há resistência dos consumidores de marcas populares em
voltar a comprar as marcas líderes, com preços mais elevados.
Mas na classe B, com maior poder
aquisitivo, as marcas mais baratas
deixaram de ganhar o espaço dos
grandes fabricantes, de acordo
com dados da empresa de análise
Ibope/LatinPanel.
Nos 12 meses encerrados em
maio de 2004, 59% das chamadas
marcas "premium" de alimentos,
bebidas, higiene e limpeza registraram estabilidade na sua taxa de
participação nas vendas do setor
em relação ao ano anterior. Outras 30% apresentaram queda.
No levantamento anterior, com
dados de 2002, apenas 14% haviam obtido manutenção nas
vendas. Já 52% tiveram queda.
O movimento verificado neste
ano é mais claro nos segmentos
de bebidas e limpeza e menos evidente entre os alimentos. Nos primeiros dois casos, a estabilidade
nas vendas foi verificada em 73%
das marcas líderes de bebidas e
em 67% na área de limpeza.
Já entre os alimentos, a fidelidade à marca mais cara (as líderes
custam, em média, 20% acima
das populares) parece ser menor.
De junho de 2003 a maio de 2004,
51% das líderes no setor alimentício apresentaram manutenção na
participação no faturamento. Mas
39% ainda registraram perdas, e
em 10% houve expansão.
Nesse caso, marcas populares
são as marcas próprias e de primeiro preço, que podem ter na
embalagem o nome da loja.
Classe B
Segundo Ana Fioratti, diretora
da LatinPanel, "a reação maior
nas vendas das marcas líderes é
mais clara na classe B, e isso foi verificado logo no início do ano",
diz ela. "Em determinados produtos, principalmente "commodities" [leite, açúcar] não há mais
perda na participação dos grandes fabricantes. Percebemos que
cresce a tendência pela estabilização nas vendas e pela expansão."
Esse debate em torno da disputa
entre marcas ganhou força em
2002, depois que a queda na renda
e o aumento no desemprego levaram o consumidor a trocar produtos.
O Pão de Açúcar informa que
não percebeu mudanças no comportamento dos consumidores.
"No primeiro semestre do ano,
apuramos uma alta de 53% na
venda [nominal] em valores de
nossas marcas próprias", diz Rodolpho de Freitas, diretor de marcas próprias do grupo.
Segundo a LatinPanel, ao se
considerar o volume de marcas de
primeira linha que conseguiu expandir suas vendas, a taxa cai de
23% para 11% nos 12 meses encerrados em maio de 2004. Ou seja,
foi "estancado" o processo de perda de participação dos líderes nas
vendas, mas ainda há fabricantes
com retração no desempenho.
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