São Paulo, quarta-feira, 18 de agosto de 2004

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CONSUMO

Pesquisa revela que caiu entre os consumidores da classe B a fuga para os produtos mais baratos registrada desde 2002

Classe média segura vendas de marcas líderes

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda há resistência dos consumidores de marcas populares em voltar a comprar as marcas líderes, com preços mais elevados. Mas na classe B, com maior poder aquisitivo, as marcas mais baratas deixaram de ganhar o espaço dos grandes fabricantes, de acordo com dados da empresa de análise Ibope/LatinPanel.
Nos 12 meses encerrados em maio de 2004, 59% das chamadas marcas "premium" de alimentos, bebidas, higiene e limpeza registraram estabilidade na sua taxa de participação nas vendas do setor em relação ao ano anterior. Outras 30% apresentaram queda.
No levantamento anterior, com dados de 2002, apenas 14% haviam obtido manutenção nas vendas. Já 52% tiveram queda.
O movimento verificado neste ano é mais claro nos segmentos de bebidas e limpeza e menos evidente entre os alimentos. Nos primeiros dois casos, a estabilidade nas vendas foi verificada em 73% das marcas líderes de bebidas e em 67% na área de limpeza.
Já entre os alimentos, a fidelidade à marca mais cara (as líderes custam, em média, 20% acima das populares) parece ser menor. De junho de 2003 a maio de 2004, 51% das líderes no setor alimentício apresentaram manutenção na participação no faturamento. Mas 39% ainda registraram perdas, e em 10% houve expansão.
Nesse caso, marcas populares são as marcas próprias e de primeiro preço, que podem ter na embalagem o nome da loja.

Classe B
Segundo Ana Fioratti, diretora da LatinPanel, "a reação maior nas vendas das marcas líderes é mais clara na classe B, e isso foi verificado logo no início do ano", diz ela. "Em determinados produtos, principalmente "commodities" [leite, açúcar] não há mais perda na participação dos grandes fabricantes. Percebemos que cresce a tendência pela estabilização nas vendas e pela expansão."
Esse debate em torno da disputa entre marcas ganhou força em 2002, depois que a queda na renda e o aumento no desemprego levaram o consumidor a trocar produtos.
O Pão de Açúcar informa que não percebeu mudanças no comportamento dos consumidores. "No primeiro semestre do ano, apuramos uma alta de 53% na venda [nominal] em valores de nossas marcas próprias", diz Rodolpho de Freitas, diretor de marcas próprias do grupo.
Segundo a LatinPanel, ao se considerar o volume de marcas de primeira linha que conseguiu expandir suas vendas, a taxa cai de 23% para 11% nos 12 meses encerrados em maio de 2004. Ou seja, foi "estancado" o processo de perda de participação dos líderes nas vendas, mas ainda há fabricantes com retração no desempenho.


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