São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2006

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Mercado Aberto

Guilherme Barros

"Spread" gera atrito entre Mantega e Febraban

Uma declaração dada ontem pelo economista-chefe da Febraban, Roberto Luís Troster, com críticas às medidas que estão sendo preparadas pelo governo para baixar o "spread" dos bancos causou um profundo mal-estar entre a entidade e o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O problema só não foi maior porque o presidente da Febraban, Marcio Cypriano, telefonou para Mantega desautorizando as declarações de Troster. No telefonema, Cypriano disse que a Febraban não subscrevia as declarações de Troster e que ele tinha falado em nome próprio. "Ele me pediu para desconsiderar as declarações do funcionário da Febraban", disse Mantega.
Para o ministro da Fazenda, que considerou o episódio superado depois do telefonema de Cypriano, as declarações de Troster foram "inoportunas e fora do tom para um economista-chefe da Febraban", além de precipitadas, já que ele não conhecia a natureza das medidas.
Troster disse, em entrevista à Agência Estado, que as medidas para baixar o "spread" bancário eram uma manobra diversionista e não iriam provocar redução significativa dos juros. Troster criticou também a pesquisa sobre "spread" do Banco Central, o que levou a autoridade monetária a soltar nota considerando improcedentes as declarações do economista da Febraban.
Segundo Mantega, as medidas que o governo vai adotar serão fundamentais para aumentar a competição no sistema financeiro e dar mais condições para o correntista ser mais bem tratado pelos bancos.
De acordo com Mantega, não tem sentido as empresas pagarem um "spread" de 28% ao ano, e as pessoas físicas, de 50% anuais. Para ele, o governo já tomou uma série de medidas, como a nova Lei de Falências, que já possibilitaria os bancos baixarem o "spread".
Mantega afirma que até mesmo instituições como o BIS e o FMI criticam os "spreads" elevados cobrados pelos bancos no país. "O tamanho do "spread" é uma das coisas que arranham a imagem do Brasil", diz.

FORA DO ARMÁRIO
Os tradicionais armários da marca italiana de móveis MisuraEmme vendidos no Brasil são fabricados no interior de São Paulo. O país é o único que tem fabricação própria da marca. Os armários são vendidos pela Collectania, que conseguiu, depois de uma longa negociação, convencer os italianos a nacionalizar a produção. As madeiras, os acabamentos e as tintas seguem vindo da Itália, mas a construção é nacional. Para Liliana Tuneu, dona do grupo Collectania, a licença foi uma conquista importante, já que envolve até a abertura de segredos de fabricação. "Conseguimos uma licença única para o Brasil", diz.

LUXO PARA JOVENS
Sucesso na Europa, a grife jovem do estilista italiano Roberto Cavalli, a Just Cavalli, acaba de desembarcar no Brasil. Os responsáveis são os ex-Daslu Emanuel Bernini e Ricardo Minelli, além de André Piedade, proprietário da Jeans Hall, especializada no chamado "premium jeans", do shopping Iguatemi (SP). Os três fundaram o escritório The Adress, que será inaugurado em setembro nos Jardins (SP), e tem distribuição exclusiva da marca para todo o país, a partir da coleção primavera-verão 2007. "Recebemos os modelos da temporada antes mesmo da Europa e vamos estrear com 15 lojas de diferentes regiões do Brasil", diz Bernini. Como diferenciais, a Just Cavalli tem a exploração do glamour, as estampas e a modelagem do jeans, que promete emagrecer e alongar. "Nosso plano é abrir loja da marca em dois anos."

NOVO NEGÓCIO
A Odebrecht ainda não bateu o martelo, mas tem estudado seriamente a possibilidade de investir pesado no setor de açúcar e álcool. Seria uma nova área de negócio, além da construção e da petroquímica.

DASLEI
O prédio onde ficava o Banco Santos e agora foi instalado o escritório de advocacia Pinheiro Neto já ganhou um apelido: Daslei.

ANTIFRAUDE
A Brasil Telecom acaba de lançar uma campanha contra fraude para seus clientes. Até o fim do mês, os usuários de telefones móveis da BrT irão receber torpedos de esclarecimento sobre o golpe do torpedo premiado.

TUDO AZUL
Por iniciativa de Ray Young, presidente da GM no Brasil e no Mercosul, hoje, os 21 mil funcionários da empresa vestirão uma camisa azul com o emblema "Eu sou GM". A ação é característica de Young. No ano passado ele criou o dia do "Muito Obrigado", e cumprimentou pessoalmente milhares de trabalhadores.

PORTAS ABERTAS
A AmBev abrirá suas unidades para debater o uso de bebida alcoólica entre crianças e adolescentes, no dia 31. O evento, batizado de Gente do Bem, terá participação de representantes de governo, ONGs, comunidades e escolas, além de 45 mil funcionários próprios e de revendas e do presidente Luiz Fernando Edmond.


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