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Análise
Etanol é opção com futuro incerto do óleo
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
O avanço do uso do etanol
como combustível em substituição ao petróleo é um fato
irreversível. Bastante difundida no Brasil, a utilização
desse combustível já se alastra pelas principais economias do mundo.
A oferta mundial de etanol
ainda é incipiente e depende
basicamente do Brasil. O desenvolvimento dessa indústria, no entanto, vai dar um
equilíbrio maior na oferta
mundial desse combustível
do que ocorre atualmente
com o petróleo.
Com reservas limitadas, a
produção de petróleo está
restrita a poucas regiões do
planeta. Qualquer instabilidade política nas regiões produtoras é motivo de elevação
de preços. É o que ocorre no
momento, quando o barril já
atingiu US$ 77, com alta de
20% sobre os valores de há
um ano.
Renovável, a produção de
etanol pode ocorrer em todos os continentes. Ele pode
vir da cana-de-açúcar, do milho, do trigo, da beterraba, da
mandioca e até de alguns tipos de gramíneas. Essa indústria ficará ainda mais
competitiva com o desenvolvimento do álcool de celulose e o aproveitamento de cascas e restos de madeira.
De olho nessa nova tecnologia de combustíveis e com
o futuro incerto para o petróleo, é normal que os grandes produtores de óleo comecem a se interessar também pelo etanol. Provavelmente devem começar a participar de alguns dos mais de
cem novos projetos que estão sendo desenvolvidos nas
economias que já se definiram pela utilização desse novo combustível.
Só no Brasil, já são 90 projetos de construção ou ampliação de usinas para a produção de álcool da cana-de-açúcar. Dezenove deles devem ser concretizados na safra 2006/7.
Nos Estados Unidos, os
números não são muito diferentes dos do Brasil. Os projetos previstos por lá já atingem uma centena. A produção de etanol nos Estados
Unidos depende do milho.
Só os projetos brasileiros e
norte-americanos, anunciados para os próximos cinco
anos, deverão elevar a produção de etanol para pelo
menos 60 bilhões de litros
por ano.
Apesar de elevada, essa
produção precisaria crescer
bem mais, já que o projeto de
mistura de etanol à gasolina
nos Estados Unidos é de 15%
até o ano de 2015.
Com a ampliação da mistura nos Estados Unidos e a
adoção da medida também
por outros países da região,
só países das Américas consumiriam 150 bilhões de litros de álcool por ano.
O programa de substituição começa a ser visto com
bons olhos pelas multinacionais que operam no setor de
grãos, como a ADM, nos Estados Unidos, e a Cargill, no
Brasil. É natural que as grandes fornecedoras atuais de
petróleo também comecem
a vislumbrar vantagens futuras desse mercado, principalmente com a adesão a esse programa de substituição
de gasolina por etanol em
países como China, Índia
-as economias que mais
crescem no mundo- e Japão, além dos países da Europa .
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