|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fed corta juros e reanima mercados globais
BC americano reduz taxa para empréstimos a bancos, e Bolsas dos EUA operam em alta durante todo o dia; Bovespa sobe 1,13%
Corte de ontem não afeta taxa de juros principal da economia, mas é visto como uma mudança significativa na atitude do órgão
DA REDAÇÃO
Em uma medida que fez subir as principais Bolsas mundiais, o Federal Reserve (Fed, o
BC dos EUA) anunciou um corte de 0,50 ponto percentual na
taxa de juros dos empréstimos
para bancos. Segundo o órgão, a
decisão foi tomada porque a
turbulência no mercado financeiro poderia afetar o crescimento econômico dos EUA.
A redução nos juros, para
5,75%, foi anunciada uma hora
antes da abertura da Bolsa de
Nova York e fez com que ela
operasse em alta durante todo
o dia. Inverteu ainda a tendência de queda na Europa, mas
não afetou as Bolsas asiáticas,
que já tinham encerrados suas
operações com fortes quedas.
O índice Dow Jones se valorizou em 1,82%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq, 2,20% -foi a primeira alta desses índices americanos desde a quarta-feira da
semana passada. No Brasil, a
Bovespa subiu 1,13%.
O corte anunciado ontem
não afeta a taxa de juros básica,
que é a principal da economia e
influencia itens como empréstimos para compra de carros e
cartão de crédito, mas é considerado uma mudança significativa na posição do BC americano, que, na reunião do dia 7,
manteve pela nova vez consecutiva a taxa básica em 5,25%.
Analistas consideram que o
Fed poderá até reduzir a taxa
de juros básica de forma emergencial caso o cenário continue
piorando. "Essa decisão do Fed
é uma linha divisória, para dizer aos mercados e políticos
que o Fed está preparado para
agir da maneira necessária",
disse em nota Stuart G. Hoffman, economista-chefe do
PNC Financial Services Group,
dos EUA.
"O uso [pelo Fed] do termo
monitorar é um código [que
significa] que estamos atentos
e que, se preciso, agiremos cortando os juros antes da reunião
programada", disse ao "Wall
Street Journal" James Glassman, economista-sênior do JP
Morgan Chase. Para ele, deixar
aberta a possibilidade de uma
redução nos juros antes da reunião do Fed de 18 de setembro
"é um movimento muito grande". Porém salientou que acha
que o corte não deve acontecer
antes do encontro.
Na prática, uma taxa básica
de juros menor significa empréstimos mais baratos, o que
pode ajudar as Bolsas, já que as
pessoas poderão ter mais dinheiro para gastar. Mas também pode trazer alta da inflação, o que o Fed tem procurado
evitar. Já a taxa de redesconto,
que foi reduzida ontem, tem
um impacto muito menor na
economia. Ela é usada pelo Fed
para emprestar dinheiro a bancos que estão com dificuldades
financeiras de curto prazo.
Ajuda aos bancos
Assim, ao anunciar o corte
nos juros dessa taxa, o Fed, pelo
menos aparentemente, quis dizer aos bancos em dificuldades
que fará tudo o que estiver ao
seu alcance para garantir dinheiro com juros baixos.
No comunicado divulgado
ontem, o organismo não mencionou a inflação, como aconteceu nas suas últimas notas, divulgadas após seus encontros.
No entanto, diz que continua
esperando que a economia do
país siga se expandindo em "ritmo moderado" -outra expressão constante em suas notas
mais recentes.
Desde 1994, quando começou a divulgar seus comunicados, o Fed só soltou uma nota,
até ontem, entre uma reunião e
outra: em setembro de 2001,
após os ataques terroristas contra os EUA, quando também
cortou a taxa de juros.
Com o "New York Times"
Texto Anterior: Mercado Aberto Próximo Texto: Fed leva Bolsa a subir 1,13%; dólar recua 3,2% e vai a R$ 2,027 Índice
|