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Japão tem maior queda desde ataques de 11 de Setembro
DA REDAÇÃO
Com a valorização do iene
em relação ao dólar e a crise do
setor de crédito imobiliário dos
EUA, a Bolsa de Tóquio teve a
sua maior queda desde os ataques de 11 de Setembro, em
2001. O índice Nikkei se desvalorizou em 5,42%, para
15.273,68 pontos, o seu menor
nível neste ano. Ele já perdeu
16,5% em relação ao seu recorde dos últimos anos, alcançado
em fevereiro deste ano.
Quando o Fed anunciou o
corte na taxa de juros dos empréstimos para bancos, as Bolsas asiáticas já tinham encerrado suas operações.
O mercado japonês já abriu
em baixa na sexta-feira, ainda
reflexo das perdas do dia anterior nas principais Bolsas mundiais. Em uma tentativa de aumentar a liquidez nos mercados financeiros, o Banco do Japão (o BC do país) anunciou o
empréstimo de mais US$ 10,4
bilhões -o maior aporte desde
a sexta passada. Nos últimos sete dias, o organismo injetou
US$ 27,8 bilhões.
Apesar da intervenção, a Bolsa de Tóquio continuou a cair,
resultado, de acordo com analistas, dos temores de investidores com a valorização do iene
ante o dólar. A moeda japonesa
atingiu a sua maior cotação em
14 meses em relação à dos Estados Unidos, com a redução do
"carry trade" (operação em que
investidores fazem empréstimo a juro mais baixo e em moeda mais estável, como a japonesa, para aplicar).
A alta do iene prejudica as exportações das principais empresas japonesas, como Toyota,
Sony e Nintendo. Elas também
são prejudicadas quando os lucros de suas subsidiárias no exterior são convertidos para a
moeda do país asiático. Com isso, as ações dessas companhias
caíram ontem. A Toyota, por
exemplo, registrou perda de
7,2% em suas ações, e a siderúrgica Nippon Steel, 10%.
Investidores de todo o mundo têm feito empréstimo em ienes devido à baixa taxa de juros
japonesa e investido esse dinheiro em países onde a taxa é
maior, como o Brasil. Essa estratégia tem mantido o iene em
baixa, mas, com vários investidores se desfazendo dos ativos
mais arriscados nos últimos
dias, a moeda japonesa vem se
valorizando.
Outros mercados asiáticos
também tiveram um dia de perdas, porém não tão acentuadas
como as de Tóquio. Na sul-coreana Seul, a desvalorização foi
de 3,19% -na quinta-feira, já tinha caído 6,93%, seu maior
tombo em mais de cinco anos.
E Xangai (China) também voltou a cair: -2,28%. No ano, no
entanto, ela ainda acumula ganhos de 74,05%.
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