São Paulo, sábado, 18 de agosto de 2007

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Japão tem maior queda desde ataques de 11 de Setembro

DA REDAÇÃO

Com a valorização do iene em relação ao dólar e a crise do setor de crédito imobiliário dos EUA, a Bolsa de Tóquio teve a sua maior queda desde os ataques de 11 de Setembro, em 2001. O índice Nikkei se desvalorizou em 5,42%, para 15.273,68 pontos, o seu menor nível neste ano. Ele já perdeu 16,5% em relação ao seu recorde dos últimos anos, alcançado em fevereiro deste ano.
Quando o Fed anunciou o corte na taxa de juros dos empréstimos para bancos, as Bolsas asiáticas já tinham encerrado suas operações.
O mercado japonês já abriu em baixa na sexta-feira, ainda reflexo das perdas do dia anterior nas principais Bolsas mundiais. Em uma tentativa de aumentar a liquidez nos mercados financeiros, o Banco do Japão (o BC do país) anunciou o empréstimo de mais US$ 10,4 bilhões -o maior aporte desde a sexta passada. Nos últimos sete dias, o organismo injetou US$ 27,8 bilhões.
Apesar da intervenção, a Bolsa de Tóquio continuou a cair, resultado, de acordo com analistas, dos temores de investidores com a valorização do iene ante o dólar. A moeda japonesa atingiu a sua maior cotação em 14 meses em relação à dos Estados Unidos, com a redução do "carry trade" (operação em que investidores fazem empréstimo a juro mais baixo e em moeda mais estável, como a japonesa, para aplicar).
A alta do iene prejudica as exportações das principais empresas japonesas, como Toyota, Sony e Nintendo. Elas também são prejudicadas quando os lucros de suas subsidiárias no exterior são convertidos para a moeda do país asiático. Com isso, as ações dessas companhias caíram ontem. A Toyota, por exemplo, registrou perda de 7,2% em suas ações, e a siderúrgica Nippon Steel, 10%.
Investidores de todo o mundo têm feito empréstimo em ienes devido à baixa taxa de juros japonesa e investido esse dinheiro em países onde a taxa é maior, como o Brasil. Essa estratégia tem mantido o iene em baixa, mas, com vários investidores se desfazendo dos ativos mais arriscados nos últimos dias, a moeda japonesa vem se valorizando.
Outros mercados asiáticos também tiveram um dia de perdas, porém não tão acentuadas como as de Tóquio. Na sul-coreana Seul, a desvalorização foi de 3,19% -na quinta-feira, já tinha caído 6,93%, seu maior tombo em mais de cinco anos. E Xangai (China) também voltou a cair: -2,28%. No ano, no entanto, ela ainda acumula ganhos de 74,05%.


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