São Paulo, sábado, 18 de agosto de 2007

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Ministro diz que crise pode reduzir superávit

Miguel Jorge admite que turbulência ameaça afetar balança comercial do país

Para o titular da pasta do Desenvolvimento, tensão não afetou as exportações porque os contratos não são negociados a curto prazo

DA REDAÇÃO

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, admitiu ontem que é possível que a crise no mercado financeiro mundial ocasione a redução no superávit da balança comercial brasileira, "mas não sabemos ainda em que nível".
Segundo o ministro, que comentou os reflexos da turbulência após participar de um evento em São Paulo, o volume de exportações diárias não foi ainda afetado porque os contratos são negociados a médio e a longo prazos. Para ele, ainda é cedo para avaliar o efeito sobre a pauta de exportações, mas as conseqüências da crise podem ser até positivas nas vendas para o exterior se for mantida a valorização do dólar diante do real verificada nos últimos dias.
Com a apreciação da moeda brasileira ao longo do ano, vários setores tiveram queda nas exportações porque o câmbio tornou os produtos menos competitivos no mercado mundial. O governo chegou a anunciar medidas para socorrer esses setores, como a dedução, para as empresas de calçados, têxteis, móveis, eletroeletrônicos e automóveis, do imposto pago na compra de máquinas e equipamentos no mesmo mês da aquisição e a compra de insumos sem incidência de PIS e Cofins para os que exportam mais de 60% da receita anual.
Apesar de considerar o mercado interno fortalecido, Jorge disse que "temos de ter toda a atenção" porque "toda crise é ruim". Nesta semana, o ministro já havia dito que espera saldo comercial entre US$ 45 bilhões e US$ 46 bilhões neste ano, contra US$ 46,4 bilhões no ano passado.
Ontem, o preço de algumas commodities teve recuperação, como a soja, que fechou o dia com alta de 1,53%, mas ainda em queda de 4,53% na semana.
O café, apesar da alta de 3,82% ontem, acumula redução de 4,2% na semana. Já o suco de laranja caiu 6,07% na semana, queda que não conseguiu ser revertida nem com a subida de 1,82% registrada ontem.
(TATIANA RESENDE)


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