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Ministro diz que crise pode reduzir superávit
Miguel Jorge admite que turbulência ameaça afetar balança comercial do país
Para o titular da pasta do Desenvolvimento, tensão não afetou as exportações porque os contratos não são negociados a curto prazo
DA REDAÇÃO
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Miguel Jorge, admitiu ontem que é possível que a
crise no mercado financeiro
mundial ocasione a redução no
superávit da balança comercial
brasileira, "mas não sabemos
ainda em que nível".
Segundo o ministro, que comentou os reflexos da turbulência após participar de um
evento em São Paulo, o volume
de exportações diárias não foi
ainda afetado porque os contratos são negociados a médio e
a longo prazos. Para ele, ainda é
cedo para avaliar o efeito sobre
a pauta de exportações, mas as
conseqüências da crise podem
ser até positivas nas vendas para o exterior se for mantida a
valorização do dólar diante do
real verificada nos últimos dias.
Com a apreciação da moeda
brasileira ao longo do ano, vários setores tiveram queda nas
exportações porque o câmbio
tornou os produtos menos
competitivos no mercado mundial. O governo chegou a anunciar medidas para socorrer esses setores, como a dedução,
para as empresas de calçados,
têxteis, móveis, eletroeletrônicos e automóveis, do imposto
pago na compra de máquinas e
equipamentos no mesmo mês
da aquisição e a compra de insumos sem incidência de PIS e
Cofins para os que exportam
mais de 60% da receita anual.
Apesar de considerar o mercado interno fortalecido, Jorge
disse que "temos de ter toda a
atenção" porque "toda crise é
ruim". Nesta semana, o ministro já havia dito que espera saldo comercial entre US$ 45 bilhões e US$ 46 bilhões neste
ano, contra US$ 46,4 bilhões no
ano passado.
Ontem, o preço de algumas
commodities teve recuperação,
como a soja, que fechou o dia
com alta de 1,53%, mas ainda
em queda de 4,53% na semana.
O café, apesar da alta de
3,82% ontem, acumula redução
de 4,2% na semana. Já o suco
de laranja caiu 6,07% na semana, queda que não conseguiu
ser revertida nem com a subida
de 1,82% registrada ontem.
(TATIANA RESENDE)
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