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Congresso poderá definir royalties
Governo discute possibilidade de deixar para o Legislativo definição sobre alíquotas na nova Lei do Petróleo
Cobrança de royalties
é a última pendência para a conclusão da redação das novas regras de exploração de petróleo do pré-sal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo Lula pode deixar
para o Congresso as mudanças
na cobrança de royalties na exploração do pré-sal. O presidente defende redução nas alíquotas e nas regras de distribuição dos recursos, mas teme
que o assunto trave a aprovação
da nova Lei do Petróleo.
Ontem, durante reunião que
durou cerca de três horas, o governo não conseguiu fechar
uma posição sobre a cobrança
dos royalties -a última pendência para concluir a redação
das novas regras de exploração
de petróleo no país.
Lula deverá convocar ainda
nesta semana uma reunião
com os líderes da base aliada no
Congresso para definir a melhor estratégia em relação à cobrança dos royalties.
"Nós hoje [ontem] discutimos o problema dos royalties.
Não concluímos. Ficou para
uma próxima reunião a conclusão. O dia ainda não está fixado", disse o ministro Edison
Lobão (Minas e Energia), ao final do encontro com o presidente Lula.
Inicialmente, o presidente
defendia a redução da alíquota
de 10% para 5%, além de fazer
uma distribuição mais "equitativa" dos royalties entre Estados e municípios. O tributo é
cobrado a título de compensação pelos impactos causados
pela exploração de petróleo.
Ontem, além dessa fórmula,
o governo discutiu a ideia de
manter intacto o atual modelo
de cobrança de royalties, transferindo para o Congresso o debate sobre as mudanças.
Os defensores dessa estratégia argumentam que qualquer
proposta do governo irá gerar
polêmica e pode contaminar a
tramitação da nova Lei do Petróleo, podendo inviabilizar a
sua aprovação.
Além disso, avaliam que o
próprio Congresso vai modificar o sistema atual de cobrança
de royalties, já que há mais Estados querendo alterá-lo do
que mantê-lo. Hoje, Rio, São
Paulo e Espírito Santo são as
regiões mais beneficiadas com
a arrecadação de royalties.
Lula deve discutir o assunto
hoje durante reunião com o governador do Rio, Sérgio Cabral
(PMDB), que não aceita redução da participação de seu Estado na distribuição dos royalties. Principal Estado beneficiado, o Rio recebeu R$ 2,26 bilhões em 2008.
Apesar da dificuldade em definir o que fazer com os royalties, o governo deverá anunciar
o novo marco regulatório nos
dias 26 ou 27, em reunião ministerial. Em seguida, enviará
ao Congresso três projetos de
lei tratando do tema.
Um definirá o sistema de
partilha de produção na exploração do petróleo do pré-sal.
Outro criará um fundo de desenvolvimento social com os
recursos do pré-sal. O terceiro
tratará da criação de uma nova
empresa para gerir essas riquezas em nome da União.
O governo já definiu que a
Petrobras será a operadora única do pré-sal, com a garantia de
que terá, no mínimo, 30% dos
consórcios que serão formados
para explorar o petróleo nessa
região.
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