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Movimento alcançará
R$ 20 bi, diz a Fazenda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A partir de hoje, os trabalhadores poderão tomar empréstimo
nos bancos e oferecer como garantia de pagamento o desconto
das prestações no contracheque.
O Ministério da Fazenda estima
que a medida possa movimentar
R$ 20 bilhões em empréstimos.
Atualmente, esse tipo de operação só é permitido para funcionários públicos. Com a extensão da
medida aos trabalhadores da iniciativa privada, o governo espera
reduzir o custo dos empréstimos
ao eliminar um dos fatores que
encarecem o crédito: a inadimplência. O desconto em folha praticamente acaba com esse risco.
A medida foi sugerida ao governo pela CUT (Central Única dos
Trabalhadores). O presidente da
CUT, Luiz Marinho, afirmou que
o objetivo não é estimular o endividamento dos trabalhadores.
"A maior parte dos trabalhadores está no cheque especial ou
pendurada com agiotas", relatou
Marinho. Oferecendo o salário
como garantia, o trabalhador poderá obter crédito mais barato e
quitar suas dívidas, avalia.
A previsão das centrais sindicais
é que o desconto em folha permita a queda dos juros do crédito
pessoal para 3% ao mês. Hoje, o
Banco do Brasil cobra 5,3% no
crédito direto ao consumidor.
Na cerimônia de anúncio da
medida, o presidente da Força
Sindical, Paulo Pereira da Silva, o
Paulinho, pediu aos bancos que
façam sua parte e reduzam os juros cobrados dos consumidores.
"Será que não dá para os banqueiros reduzirem o "spread" [diferença entre o que o banco cobra em
seus empréstimos e a remuneração paga a seus investidores]? Vocês vivem ganhando dinheiro nas
costas do povo", disse Paulinho.
Estavam presentes na cerimônia, realizada no Palácio do Planalto, além de sindicalistas e integrantes do governo, representantes dos empresários e dos bancos.
"A expressão que ele usou não
faz justiça ao papel que os bancos
desempenham na sociedade. São
prestadores de serviço de todos os
tipos e necessidades", disse o presidente da Febraban (Federação
Brasileira dos Bancos), Gabriel
Jorge Ferreira.
(JULIANNA SOFIA E JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
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