UOL


São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Movimento alcançará R$ 20 bi, diz a Fazenda

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A partir de hoje, os trabalhadores poderão tomar empréstimo nos bancos e oferecer como garantia de pagamento o desconto das prestações no contracheque. O Ministério da Fazenda estima que a medida possa movimentar R$ 20 bilhões em empréstimos.
Atualmente, esse tipo de operação só é permitido para funcionários públicos. Com a extensão da medida aos trabalhadores da iniciativa privada, o governo espera reduzir o custo dos empréstimos ao eliminar um dos fatores que encarecem o crédito: a inadimplência. O desconto em folha praticamente acaba com esse risco.
A medida foi sugerida ao governo pela CUT (Central Única dos Trabalhadores). O presidente da CUT, Luiz Marinho, afirmou que o objetivo não é estimular o endividamento dos trabalhadores.
"A maior parte dos trabalhadores está no cheque especial ou pendurada com agiotas", relatou Marinho. Oferecendo o salário como garantia, o trabalhador poderá obter crédito mais barato e quitar suas dívidas, avalia.
A previsão das centrais sindicais é que o desconto em folha permita a queda dos juros do crédito pessoal para 3% ao mês. Hoje, o Banco do Brasil cobra 5,3% no crédito direto ao consumidor.
Na cerimônia de anúncio da medida, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, pediu aos bancos que façam sua parte e reduzam os juros cobrados dos consumidores. "Será que não dá para os banqueiros reduzirem o "spread" [diferença entre o que o banco cobra em seus empréstimos e a remuneração paga a seus investidores]? Vocês vivem ganhando dinheiro nas costas do povo", disse Paulinho.
Estavam presentes na cerimônia, realizada no Palácio do Planalto, além de sindicalistas e integrantes do governo, representantes dos empresários e dos bancos.
"A expressão que ele usou não faz justiça ao papel que os bancos desempenham na sociedade. São prestadores de serviço de todos os tipos e necessidades", disse o presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Gabriel Jorge Ferreira. (JULIANNA SOFIA E JOSÉ ALBERTO BOMBIG)


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Medidas são inócuas, afirmam os lojistas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.