|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Funcionários ameaçam retomar manifestações
ABC rejeita pacote da Volks, e Taubaté aprova estado de greve
DA REPORTAGEM LOCAL
Os funcionários da Volkswagen
de São Bernardo do Campo e de
Taubaté rejeitaram ontem a proposta da montadora que inclui
pacote de até 15 salários para os
que se desligarem da empresa e
transferência de 3.933 excedentes
a partir de 1º de outubro. Em Taubaté, os trabalhadores decidiram
decretar "estado de greve".
No ABC paulista, cerca de 80%
dos 12 mil trabalhadores que participaram da assembléia de ontem decidiram rejeitar a proposta
da empresa. Até a próxima semana, os funcionários vão definir as
estratégias adotadas para pressionar a empresa a abrir negociação.
A forma de escolher os protestos vai ser no mínimo inusitada: o
Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC vai abrir uma seção no jornal
da categoria para que os empregados dêem sugestões de como
devem ser realizadas as manifestações. As melhores idéias serão
transformadas em protestos.
Na unidade do ABC, a Volks
propôs a abertura de um programa de demissões voluntárias de
outubro a dezembro na tentativa
de reduzir os excedentes -1.923
nessa fábrica. O pacote prevê o
pagamento de 15 salários e 40%
da remuneração por ano trabalhado, fora as verbas rescisórias.
"Esperamos que até 1º de outubro a Volks crie juízo e nos chame
para negociar. Se a empresa se
atrever a mexer com qualquer trabalhador, vamos iniciar um processo de luta", disse José Lopez
Feijóo, presidente do sindicato.
De acordo com a comissão de
fábrica de São Bernardo, caso a
Volks mantenha o pacote de incentivos, os trabalhadores que
podem aderir ao programa de demissão voluntária são os que estão prestes a se aposentar. Nos
cálculos da comissão, seriam 600
entre este ano e 2004.
"Os trabalhadores, assim como
o sindicato, defendem que a
transferência para o Autovisão seja voluntária. Por que a Volks não
renova até 2009 o nosso acordo de
estabilidade [válido até novembro de 2006] e discute a implementação do projeto, concedendo essa garantia de emprego aos
seus funcionários?", disse Hélio
Honorato, da comissão.
Em Taubaté, onde a empresa
pretende fechar 2.010 postos de
trabalho, os trabalhadores decidiram que podem paralisar as atividades a qualquer momento.
Nessa unidade, a empresa ofereceu pagamento de uma bolsa de
estudo durante 12 meses para
quem aderir ao voluntariado, no
valor de 80% do salário líquido
(limitado a R$ 1.112), além de 40%
da remuneração por ano trabalhado. O voluntariado ficará aberto de novembro até janeiro de
2004 -um mês antes de acabar a
estabilidade dos empregados.
Uma paralisação em Taubaté
está mais próxima desde ontem,
quando os trabalhadores aprovaram em assembléia "estado de
greve". "Se não houver mudanças
[na proposta da Volks de transferir os excedentes], vamos parar
no dia 1º", disse Antônio Oliveira,
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté.
(CR)
Colaborou o "Agora"
Texto Anterior: Outro lado: Advogado diz que operações estão no IR e são legais Próximo Texto: Mercado financeiro: Bolsa atinge maior nível desde março de 2001 Índice
|