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São Paulo, quinta-feira, 18 de setembro de 2003

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TRABALHO

Funcionários ameaçam retomar manifestações

ABC rejeita pacote da Volks, e Taubaté aprova estado de greve

DA REPORTAGEM LOCAL

Os funcionários da Volkswagen de São Bernardo do Campo e de Taubaté rejeitaram ontem a proposta da montadora que inclui pacote de até 15 salários para os que se desligarem da empresa e transferência de 3.933 excedentes a partir de 1º de outubro. Em Taubaté, os trabalhadores decidiram decretar "estado de greve".
No ABC paulista, cerca de 80% dos 12 mil trabalhadores que participaram da assembléia de ontem decidiram rejeitar a proposta da empresa. Até a próxima semana, os funcionários vão definir as estratégias adotadas para pressionar a empresa a abrir negociação.
A forma de escolher os protestos vai ser no mínimo inusitada: o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC vai abrir uma seção no jornal da categoria para que os empregados dêem sugestões de como devem ser realizadas as manifestações. As melhores idéias serão transformadas em protestos.
Na unidade do ABC, a Volks propôs a abertura de um programa de demissões voluntárias de outubro a dezembro na tentativa de reduzir os excedentes -1.923 nessa fábrica. O pacote prevê o pagamento de 15 salários e 40% da remuneração por ano trabalhado, fora as verbas rescisórias.
"Esperamos que até 1º de outubro a Volks crie juízo e nos chame para negociar. Se a empresa se atrever a mexer com qualquer trabalhador, vamos iniciar um processo de luta", disse José Lopez Feijóo, presidente do sindicato.
De acordo com a comissão de fábrica de São Bernardo, caso a Volks mantenha o pacote de incentivos, os trabalhadores que podem aderir ao programa de demissão voluntária são os que estão prestes a se aposentar. Nos cálculos da comissão, seriam 600 entre este ano e 2004.
"Os trabalhadores, assim como o sindicato, defendem que a transferência para o Autovisão seja voluntária. Por que a Volks não renova até 2009 o nosso acordo de estabilidade [válido até novembro de 2006] e discute a implementação do projeto, concedendo essa garantia de emprego aos seus funcionários?", disse Hélio Honorato, da comissão.
Em Taubaté, onde a empresa pretende fechar 2.010 postos de trabalho, os trabalhadores decidiram que podem paralisar as atividades a qualquer momento.
Nessa unidade, a empresa ofereceu pagamento de uma bolsa de estudo durante 12 meses para quem aderir ao voluntariado, no valor de 80% do salário líquido (limitado a R$ 1.112), além de 40% da remuneração por ano trabalhado. O voluntariado ficará aberto de novembro até janeiro de 2004 -um mês antes de acabar a estabilidade dos empregados.
Uma paralisação em Taubaté está mais próxima desde ontem, quando os trabalhadores aprovaram em assembléia "estado de greve". "Se não houver mudanças [na proposta da Volks de transferir os excedentes], vamos parar no dia 1º", disse Antônio Oliveira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté. (CR)


Colaborou o "Agora"

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