São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2007

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À espera do Fed, Bolsas caem e petróleo sobe

Preocupações com empresa de crédito imobiliário em Londres pioram o humor dos mercados; barril bate novo recorde

Analistas esperam um corte de 0,25 ou 0,5 ponto percentual em taxa básica americana para conter efeitos da crise de crédito

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A semana começou com os investidores cautelosos, devido à reunião do comitê do Fed (banco central dos EUA), que anunciará hoje como fica a taxa básica do país. Baixas foram registradas nas principais Bolsas. Na Bovespa, o dia foi de perdas moderadas -terminou o pregão com recuo de 0,60%. O dólar teve alta de 1,11%, vendido a R$ 1,921.
O cenário foi mais tenso na Europa, onde o mercado londrino refletiu os temores com os problemas enfrentados pela Northern Rock, empresa do ramo de crédito habitacional. A empresa teve de solicitar, na última sexta-feira, ajuda emergencial oferecida pelo BC da Inglaterra (leia texto abaixo).
A Bolsa de Londres terminou com perdas de 1,69%. Em Paris, a baixa foi de 1,80%.
Em Nova York, houve queda de 0,29% no índice Dow Jones, que reúne as ações mais negociadas. A Nasdaq recuou 0,79%.
A informação de que clientes do Northern Rock fizeram fila para sacar recursos da instituição piorou o humor do mercado. Teme-se que outras instituições européias demonstrem estar com dificuldades em decorrência da crise iniciada no setor de hipotecas de alto risco dos EUA no fim de julho.
Para colaborar com o dia fraco no mercado global, o ex-presidente do Fed Alan Greenspan, que está lançando livro, deu declarações nas quais demonstrou estar pessimista com a evolução da economia americana, além de afirmar que os reflexos da crise imobiliária na economia ainda são incertos.
A Bovespa operou em baixa durante quase todo o pregão de ontem -subiu por poucos minutos, alcançando alta de 0,11%. No pior momento, registrou desvalorização de 1,79%.
Hoje, o Fed realizará sua reunião periódica para definir a taxa básica americana, que está em 5,25% anuais. A expectativa que predomina no mercado internacional é que a taxa seja reduzida em 0,25 ponto, para 5%. Há também uma parcela que conta com uma queda de 0,50 ponto. Os temores do ainda incerto impacto da crise imobiliária -somados aos sinais de indesejado desaquecimento que alguns dados econômicos recentes têm trazido- elevaram as apostas em uma queda dos juros nos EUA.
Assim, se os juros americanos foram mantidos, são grandes as chances de os mercados acionários sofrerem perdas pelo mundo hoje.
A nota que os dirigentes do Fed emitirão após o encontro, comentando sua decisão, também pode mexer com o humor dos mercados.
Em Nova York, o barril de petróleo bateu novo recorde, voltando a superar a barreira dos US$ 80. Ontem, no contrato que vence em outubro, o barril marcou US$ 80,57. Juro menor pode impulsionar a atividade econômica e o consumo de combustíveis, daí a alta.
O risco-país brasileiro teve alta de 0,51%, a 199 pontos.
A nova elevação na projeção do mercado para o IPCA em 2007, apontada no boletim Focus do BC, levou as taxas futuras a subirem na BM&F. O mercado passou a projetar IPCA de 4,01% no acumulado do ano, contra projeção de 3,77% feita um mês atrás. No contrato futuro que vence em 18 meses, a taxa subiu de 11,51% a 11,57%.


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