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À espera do Fed, Bolsas caem e petróleo sobe
Preocupações com empresa de crédito imobiliário em Londres pioram o humor dos mercados; barril bate novo recorde
Analistas esperam um
corte de 0,25 ou 0,5 ponto
percentual em taxa básica
americana para conter
efeitos da crise de crédito
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A semana começou com os
investidores cautelosos, devido
à reunião do comitê do Fed
(banco central dos EUA), que
anunciará hoje como fica a taxa
básica do país. Baixas foram registradas nas principais Bolsas.
Na Bovespa, o dia foi de perdas
moderadas -terminou o pregão com recuo de 0,60%. O dólar teve alta de 1,11%, vendido a
R$ 1,921.
O cenário foi mais tenso na
Europa, onde o mercado londrino refletiu os temores com
os problemas enfrentados pela
Northern Rock, empresa do ramo de crédito habitacional. A
empresa teve de solicitar, na última sexta-feira, ajuda emergencial oferecida pelo BC da Inglaterra (leia texto abaixo).
A Bolsa de Londres terminou
com perdas de 1,69%. Em Paris,
a baixa foi de 1,80%.
Em Nova York, houve queda
de 0,29% no índice Dow Jones,
que reúne as ações mais negociadas. A Nasdaq recuou 0,79%.
A informação de que clientes
do Northern Rock fizeram fila
para sacar recursos da instituição piorou o humor do mercado. Teme-se que outras instituições européias demonstrem
estar com dificuldades em decorrência da crise iniciada no
setor de hipotecas de alto risco
dos EUA no fim de julho.
Para colaborar com o dia fraco no mercado global, o ex-presidente do Fed Alan Greenspan, que está lançando livro,
deu declarações nas quais demonstrou estar pessimista com
a evolução da economia americana, além de afirmar que os reflexos da crise imobiliária na
economia ainda são incertos.
A Bovespa operou em baixa
durante quase todo o pregão de
ontem -subiu por poucos minutos, alcançando alta de
0,11%. No pior momento, registrou desvalorização de 1,79%.
Hoje, o Fed realizará sua reunião periódica para definir a taxa básica americana, que está
em 5,25% anuais. A expectativa
que predomina no mercado internacional é que a taxa seja reduzida em 0,25 ponto, para 5%.
Há também uma parcela que
conta com uma queda de 0,50
ponto. Os temores do ainda incerto impacto da crise imobiliária -somados aos sinais de
indesejado desaquecimento
que alguns dados econômicos
recentes têm trazido- elevaram as apostas em uma queda
dos juros nos EUA.
Assim, se os juros americanos foram mantidos, são grandes as chances de os mercados
acionários sofrerem perdas pelo mundo hoje.
A nota que os dirigentes do
Fed emitirão após o encontro,
comentando sua decisão, também pode mexer com o humor
dos mercados.
Em Nova York, o barril de petróleo bateu novo recorde, voltando a superar a barreira dos
US$ 80. Ontem, no contrato
que vence em outubro, o barril
marcou US$ 80,57. Juro menor
pode impulsionar a atividade
econômica e o consumo de
combustíveis, daí a alta.
O risco-país brasileiro teve
alta de 0,51%, a 199 pontos.
A nova elevação na projeção
do mercado para o IPCA em
2007, apontada no boletim Focus do BC, levou as taxas futuras a subirem na BM&F. O
mercado passou a projetar IPCA de 4,01% no acumulado do
ano, contra projeção de 3,77%
feita um mês atrás. No contrato
futuro que vence em 18 meses,
a taxa subiu de 11,51% a 11,57%.
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