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IGP-10 tem maior alta desde junho de 2004
DA FOLHA ON LINE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O IGP-10 (Índice Geral de
Preços - 10) acelerou em setembro e teve a maior alta desde junho de 2004 (1,5%). O índice subiu 1,47% ante 0,64% do
mês anterior, segundo a FGV
(Fundação Getulio Vargas). No
ano, a alta acumulada é de
3,85%. Em 12 meses, de 5,63%.
Com a alta de preços internacionais e o período de entressafra, a pressão dos produtos
agrícolas passou de 2,64% para
6,04%, o maior patamar desde
dezembro de 2002.
Os preços no atacado, de
maior peso na estrutura do índice, tiveram alta generalizada
e passaram de 0,83%, em agosto, para 2,06%, em setembro.
As matérias-primas agropecuárias contribuíram com 1,48
ponto percentual do total do
IGP-10, subindo de 3,52% para
6,86%. O milho aumentou
15,70% em setembro depois da
alta de 1% no mês anterior. A
soja teve crescimento de
10,13% ante 1,43% em agosto.
Segundo Salomão Quadros,
coordenador de Análises Econômicas da FGV, os IGPs devem terminar 2007 com variação de 4,5% a 5%. Para ele, o IGP-10 deste mês sinaliza que
os IGPs terão forte aceleração
neste mês, mas a alta não deve
continuar. "Não há fôlego para
prosseguir porque o aumento
de produtos de origem animal,
como bovinos e aves, já está desacelerando. Está claro que vai
haver uma acomodação."
Quadros diz que o repasse da
alta dos alimentos no atacado
para o varejo tem sido lento.
Dentro do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), o item desacelerou de 1,22%, em agosto,
para 0,61%, em setembro. "A
demanda interna existe, mas
não é tenebrosa a curto prazo.
A médio prazo, a gente não pode brincar", afirmou.
Em entrevista à Folha, publicada no último domingo, o
ministro da agricultura, Reinhold Stephanes, disse que os
preços dos alimentos estão em
um novo patamar e não devem
voltar ao preços anteriores
-depois de 20 anos puxando a
inflação para baixo. "Hoje, aparentemente, acontece uma inflexão dessa curva. Ela tende a
subir e a se estabelecer num
patamar um pouco mais alto."
Ele acredita em continuidade da alta porque seus dois
principais motivos não são passageiros: o crescimento mundial e o uso de matérias-primas
agrícolas para produzir álcool.
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