São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2007

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IGP-10 tem maior alta desde junho de 2004

DA FOLHA ON LINE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O IGP-10 (Índice Geral de Preços - 10) acelerou em setembro e teve a maior alta desde junho de 2004 (1,5%). O índice subiu 1,47% ante 0,64% do mês anterior, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas). No ano, a alta acumulada é de 3,85%. Em 12 meses, de 5,63%.
Com a alta de preços internacionais e o período de entressafra, a pressão dos produtos agrícolas passou de 2,64% para 6,04%, o maior patamar desde dezembro de 2002.
Os preços no atacado, de maior peso na estrutura do índice, tiveram alta generalizada e passaram de 0,83%, em agosto, para 2,06%, em setembro.
As matérias-primas agropecuárias contribuíram com 1,48 ponto percentual do total do IGP-10, subindo de 3,52% para 6,86%. O milho aumentou 15,70% em setembro depois da alta de 1% no mês anterior. A soja teve crescimento de 10,13% ante 1,43% em agosto.
Segundo Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV, os IGPs devem terminar 2007 com variação de 4,5% a 5%. Para ele, o IGP-10 deste mês sinaliza que os IGPs terão forte aceleração neste mês, mas a alta não deve continuar. "Não há fôlego para prosseguir porque o aumento de produtos de origem animal, como bovinos e aves, já está desacelerando. Está claro que vai haver uma acomodação."
Quadros diz que o repasse da alta dos alimentos no atacado para o varejo tem sido lento. Dentro do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), o item desacelerou de 1,22%, em agosto, para 0,61%, em setembro. "A demanda interna existe, mas não é tenebrosa a curto prazo. A médio prazo, a gente não pode brincar", afirmou.
Em entrevista à Folha, publicada no último domingo, o ministro da agricultura, Reinhold Stephanes, disse que os preços dos alimentos estão em um novo patamar e não devem voltar ao preços anteriores -depois de 20 anos puxando a inflação para baixo. "Hoje, aparentemente, acontece uma inflexão dessa curva. Ela tende a subir e a se estabelecer num patamar um pouco mais alto."
Ele acredita em continuidade da alta porque seus dois principais motivos não são passageiros: o crescimento mundial e o uso de matérias-primas agrícolas para produzir álcool.


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