São Paulo, terça-feira, 18 de setembro de 2007

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agrofolha

Feira do setor de álcool prevê R$ 1,6 bi em negócios

Fenasucro reduz expositores e restringe convidados somente a público do setor

Empresas de máquinas e equipamentos expõem produtos para aumentar produtividade de usinas de cana, grande alvo do evento

JUCIMARA DE PAUDA
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Equipamentos agrícolas que têm como objetivo o aumento da produtividade das usinas de cana-de-açúcar são o destaque da 15ª Fenasucro (Feira Internacional da Indústria Sucroalcooleira), que começa hoje e prossegue até sexta-feira em Sertãozinho (335 km a noroeste de São Paulo).
A feira prevê negociar R$ 1,6 bilhão em equipamentos, o que é R$ 100 milhões a mais que o faturado na edição de 2006.
O público, no entanto, deve ser reduzido à metade. Isso porque a organização optou por credenciar apenas visitantes ligados ao setor, fazendo os demais interessados terem de pagar R$ 50 por um convite -nos anos anteriores, o acesso era grátis, mediante credenciamento. Com isso, os visitantes devem chegar, no máximo, a 25 mil, ante 55 mil do ano passado. Além disso, o número total de expositores também caiu, de 550 para 420.
O otimismo dos organizadores encontra respaldo nas vendas do setor de máquinas agrícolas deste ano, que registrou uma alta de 38,4% de janeiro a julho em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo José Velloso, primeiro vice-presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), em média, uma nova usina tem surgido a cada mês no país, o que servirá para impulsionar a Fenasucro, e para elevar as vendas em 2008 em pelo menos 15%.
"A indústria vive um momento de expansão. O setor entra numa fase de amadurecimento, de forte expansão", disse Sérgio Prado, diretor regional da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) em Ribeirão Preto.
Entre os equipamentos na Fenasucro há máquinas de até R$ 40 milhões -caso das caldeiras, cuja montagem pode ultrapassar os R$ 3 milhões. Moendas usadas para o preparo e a moagem da cana custam até R$ 20 milhões, dependendo do tamanho das usinas.
"O segmento está aquecido e as implantações de novas usinas são uma oportunidade para o mercado. Criamos a feira para atender a cadeia sucroalcooleira e ela está estrategicamente colocada num período em que as empresas podem antecipar as novidades tecnológicas para as usinas", disse Paulo Montabone, da Multiplus, organizadora do evento.
Uma das expositoras, a Santal, vai comercializar na feira sua linha de colhedoras e plantadoras de cana, que custam até R$ 850 mil, e espera superar na Fenasucro os R$ 15 milhões faturados na Agrishow de Ribeirão, no primeiro semestre.
O aumento da mecanização é um caminho sem volta para a cana, dizem os usineiros. No Estado de São Paulo, a mecanização já atinge de 42% a 45% dos canaviais. No restante do país, no entanto, que tem de 35% a 37% da colheita de cana mecanizada, há muito espaço para o crescimento do setor de máquinas.

Ônibus a álcool
O presidente da Unica (união das usinas), Marcos Jank, afirmou ontem em Sertãozinho que a capital paulista terá dois ônibus coletivos movidos a álcool, que começam a rodar ainda neste mês. O teste vai ser acompanhado pelo Centro Nacional de Referência em Biomassa, ligado à USP e ao Ministério da Ciência e Tecnologia.


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