São Paulo, sexta-feira, 18 de setembro de 2009

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BNDES defende apoio para frigoríficos

Presidente do banco estatal aprova união de JBS e Bertin e estratégia de aquisições de grandes companhias no exterior

Coutinho afirma que a instituição vai manter política de apoio à criação de "empresas brasileiras de classe mundial"


Leonardo Wen/Folha Imagem
Luciano Coutinho, presidente do BNDES, em entrevista; para ele, "há agenda de oportunidades"

DANIELE CARVALHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, classificou ontem como positiva a fusão entre os grupos frigoríficos JBS e Bertin. Afirmou também que o pior momento da crise internacional foi superado.
"A agenda de dificuldades já passou. Agora há a agenda de oportunidades", disse Coutinho, que participou do Fórum Especial Reis Velloso, realizado ontem no Rio.
Com a fusão das empresas, o BNDES, que detinha participação nos dois grupos, passou a ter 22,4% do capital total do novo conglomerado, que também anunciou na quarta-feira a compra de 64% da americana Pilgrim's Pride.
"Acho interessante ver uma empresa brasileira aproveitando uma oportunidade no exterior, fazendo uma aquisição." Coutinho voltou a frisar que o banco manterá a política de apoiar a criação de "empresas brasileiras de classe mundial".

Muita demanda
No que diz respeito às exportações das empresas brasileiras, Luciano Coutinho disse que pedirá ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, aumento de recursos para a linha de financiamento destinada à venda de bens de capital para o exterior (pré-embarque).
"A linha de pré-embarque tem sido muito demandada e está com o orçamento quase estourando. Vou pedir ao ministro Guido para flexibilizar o orçamento. Já ultrapassamos os R$ 6 bilhões e temos mais R$ 1 bilhão em carteira"", afirmou.
Na avaliação de Coutinho, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro pode crescer até 1% neste ano e 5% em 2010.
Segundo ele, o Brasil conseguiu atravessar em menos de um ano a crise financeira global, enquanto os países ricos ainda a "estão digerindo".
"No segundo semestre do ano passado, havia gente fazendo previsão de que o PIB cairia 3%. Mas as políticas de incentivos do governo e o consumo das famílias, que cresceu, permitindo que o mercado interno absorvesse a capacidade ociosa da indústria, mudaram esse cenário. Por isso, acredito que vamos fechar este ano no positivo", afirmou ele.
O presidente do BNDES, que também estima uma média de expansão de economia de 5% para os próximos anos, citou os investimentos em energia, logística e petróleo e gás como as âncoras do crescimento.
"O desafio para os próximos anos, no entanto, será criar oportunidades para o Brasil em áreas como a da indústria manufatureira e de tecnologia da informação. Além disso, temos que voltar a pensar no Brasil de longo prazo", afirmou ele.


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