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CVM exigirá mais transparência sobre derivativos
DA SUCURSAL DO RIO
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) vai exigir
das companhias de capital
aberto informações mais
abrangentes sobre o uso dos
chamados derivativos nos
balanços relativos ao terceiro trimestre deste ano.
É uma reação ao anúncio
de empresas que tiveram
prejuízos bilionários com
apostas na manutenção do
dólar baixo -e que sofreram
com o "salto" na cotação da
moeda americana nas últimas semanas.
Entre as que perderam e já
anunciaram o tamanho do
prejuízo estão Votorantim
(R$ 2,2 bilhões), Aracruz (R$
1,95 bilhão) e Sadia (R$ 760
milhões). São empresas que
recebem grande volume de
dólares por meio de exportações e que utilizam o mercado de derivativos para se proteger contra variações bruscas da moeda americana.
Diante de um cenário anterior de forte queda da cotação do dólar, e estimuladas
por instrumentos financeiros que proporcionavam lucros expressivos, parte dessas empresas passou a apostar no "dólar fraco" no mercado futuro. Com a virada na
cotação, tiveram perdas expressivas. Especialistas estimam que as perdas possam
chegar a R$ 40 bilhões.
A deliberação 550 da
CVM, editada ontem, que
prevê o detalhamento das
operações com derivativos,
só será aplicável ao balanço
encerrado em 30 de setembro. As empresas que já enviaram à CVM as informações trimestrais terão que
reapresentá-las, com as
adaptações necessárias, até o
dia 14 de novembro.
Muitos especialistas consideram insuficientes as informações enviadas pelas
empresas, em seus balanços
trimestrais, sobre as operações com derivativos. Em documento divulgado ontem, o
órgão fiscalizador das companhias de capital aberto no
país endossa tal opinião -e
afirma que haverá aperfeiçoamento nas normas daqui
para frente.
"A CVM considera que, no
geral, o conteúdo informativo das notas explicativas sobre instrumentos financeiros derivativos que vêm sendo produzidas pelas companhias poderia ser aperfeiçoado e promoverá, no processo
de adequação das demonstrações aos padrões internacionais de contabilidade, a
melhoria desse conteúdo",
diz a nota.
A CVM está recomendando ainda que as companhias
divulguem análises de sensibilidade de suas posições em
instrumentos derivativos,
fornecendo a seus acionistas
e ao mercado uma avaliação
mais precisa do risco assumido nessas operações.
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