São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

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Brasil pode ajudar empresas com prejuízos, afirma ministro

DA BLOOMBERG

O governo brasileiro deverá oferecer empréstimos a empresas que perderam dinheiro em apostas com derivativos depois da maior queda do real já registrada em quase uma década, disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Os empréstimos provirão dos bancos controlados pelo governo, como o BNDES, disse Bernardo em entrevista concedida à TV Bloomberg.
""Se tivermos recursos disponíveis por meio do BNDES ou de outros bancos oficiais, acho correto oferecer crédito para ajudar as empresas a equilibrar seus fluxos de caixa", afirmou Bernardo.
A Aracruz Celulose S.A. e a Sadia S.A. estão adiando investimentos depois de terem perdido um total conjunto de R$ 2,86 bilhões em apostas cambiais equivocadas.
O Grupo Votorantim disse em 10 de outubro ter gasto R$ 2,2 bilhões para cancelar operações deficitárias com derivativos cambiais.
Os prejuízos desencadearam especulações de que outras empresas poderão enfrentar os mesmos problemas. O real brasileiro perdeu 27% de seu valor no câmbio com o dólar desde a sua alta recorde de nove anos de R$ 1,5545 por dólar, registrada no dia 1º de agosto.
Os prejuízos potenciais das empresas brasileiras deverão alcançar R$ 60 bilhões, segundo Paulo Vieira da Cunha, gestor de fundo de hedge e ex-vice-presidente do Banco Central. Bernardo disse que o governo não tem uma estimativa dos prejuízos.
O governo não tem intenção de absorver quaisquer prejuízos e vai apenas conceder empréstimos a empresas dotadas de balanços patrimoniais sólidos, disse Bernardo.
Ele acrescentou que os prejuízos potenciais enfrentados pelas empresas brasileiras se abrandaram desde que o real reduziu suas perdas.
A moeda brasileira despencou até 9% em 8 de outubro, para R$ 2,55 por dólar, sua maior retração desde que o Banco Central aboliu a âncora cambial, em janeiro de 1999.


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