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Brasil pode ajudar empresas com prejuízos, afirma ministro
DA BLOOMBERG
O governo brasileiro deverá
oferecer empréstimos a empresas que perderam dinheiro em
apostas com derivativos depois
da maior queda do real já registrada em quase uma década,
disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Os empréstimos provirão
dos bancos controlados pelo
governo, como o BNDES, disse
Bernardo em entrevista concedida à TV Bloomberg.
""Se tivermos recursos disponíveis por meio do BNDES ou
de outros bancos oficiais, acho
correto oferecer crédito para
ajudar as empresas a equilibrar
seus fluxos de caixa", afirmou
Bernardo.
A Aracruz Celulose S.A. e a
Sadia S.A. estão adiando investimentos depois de terem perdido um total conjunto de R$
2,86 bilhões em apostas cambiais equivocadas.
O Grupo Votorantim disse
em 10 de outubro ter gasto
R$ 2,2 bilhões para cancelar
operações deficitárias com derivativos cambiais.
Os prejuízos desencadearam
especulações de que outras empresas poderão enfrentar os
mesmos problemas. O real brasileiro perdeu 27% de seu valor
no câmbio com o dólar desde a
sua alta recorde de nove anos
de R$ 1,5545 por dólar, registrada no dia 1º de agosto.
Os prejuízos potenciais das
empresas brasileiras deverão
alcançar R$ 60 bilhões, segundo Paulo Vieira da Cunha, gestor de fundo de hedge e ex-vice-presidente do Banco Central.
Bernardo disse que o governo
não tem uma estimativa dos
prejuízos.
O governo não tem intenção
de absorver quaisquer prejuízos e vai apenas conceder empréstimos a empresas dotadas
de balanços patrimoniais sólidos, disse Bernardo.
Ele acrescentou que os prejuízos potenciais enfrentados
pelas empresas brasileiras se
abrandaram desde que o real
reduziu suas perdas.
A moeda brasileira despencou até 9% em 8 de outubro, para R$ 2,55 por dólar, sua maior
retração desde que o Banco
Central aboliu a âncora cambial, em janeiro de 1999.
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