DA REDAÇÃO

Um dos maiores bancos franceses, o Caisse d'Epargne perdeu 600 milhões com a aposta de que o mercado acionário iria se valorizar, gerando fortes críticas do presidente Nicolas Sarkozy e da ministra das Finanças, Christine Lagarde.
Segundo o "Financial Times", uma equipe do Caisse d'Epargne apostou na alta das Bolsas, mas não conseguiu se desfazer de suas posições na semana passada, que foi uma das piores da história dos mercados financeiros. O banco disse que os corretores excederam o limite autorizado e ignoraram a recomendação de negociar cautelosamente.
Lagarde -que afirmou estar "muito, muito furiosa"- pediu para a comissão bancária francesa que entregue um relatório sobre as negociações até o final da semana que vem.
"Tudo aponta para uma absurda falta de responsabilidade", disse Sarkozy, no Canadá. "Eu tenho dito que, nesta crise, todo mundo tem que assumir as suas responsabilidades, independentemente do cargo."
O prejuízo do Caisse d'Epargne ocorre cerca de nove meses depois do escândalo no Société Générale e na mesma semana em que o governo aprovou o pacote de 360 bilhões para o setor financeiro. "As notícias da perda não vieram no melhor momento", disse Lagarde. Em janeiro, o operador Jérôme Kerviel foi acusado de montar uma operação fraudulenta que custou 4,9 bilhões ao Société Générale.
Na Alemanha, o maior pacote financeiro desde o pós-Guerra foi aprovado com facilidade pelo Parlamento, depois de a chanceler Angela Merkel contornar a revolta dos premiês estaduais sobre a contribuição de cada um eles.
O plano de 500 bilhões (cerca de 20% do PIB alemão de 2007) de ajuda aos bancos foi aprovado por 476 dos 612 membros do Bundestag (Câmara Baixa). No Bundesrat (Câmara Alta), a medida foi aprovada por unanimidade.
Em um dia de notícias ruins, como as de que o banco holandês ING terá sua primeira perda trimestral e que a ArcelorMittal (a maior siderúrgica do mundo) vai reduzir a sua produção, os mercados europeus deram mais importância à alta do dia anterior nas Bolsas dos EUA. Londres subiu 5,22%, Paris, 4,68%, e Frankfurt, 3,43%.

Com agências internacionais

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