São Paulo, sábado, 18 de outubro de 2008

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Se as ações não estão diretamente envolvidas na crise, por que as Bolsas desabam?

Quem compra ações se torna sócio de uma empresa e, portanto, espera lucros com a expectativa de crescimento futuro da economia. Se as expectativas para os próximos meses e anos se tornam sombrias, os investidores se desfazem das ações, e o movimento de venda em massa derruba os preços.
Ainda que a maior parte dos participantes do mercado não queira relações duradouras com as empresas, mas apenas comprar e vender com vantagem suas participações, a valorização das ações depende das perspectivas para a empresa em particular e para o mercado em geral.
Ações de empresas diretamente envolvidas na crise, como as de bancos que se aventuraram no crédito arriscado ou nos derivativos a ele atrelados, tendem a cair mais, mas as demais tampouco estão a salvo.
Os mercados financeiros são interligados em todo o mundo. Um investidor que teve prejuízo com derivativos no Japão, por exemplo, pode ser obrigado a vender ações no Brasil para cobrir as perdas.
Ações são o que se chama de investimento de renda variável. Diferentemente de quem aplica na poupança ou em um CDB, os compradores de ações não sabem quanto nem quando vão ganhar. Sabem apenas que pretendem ganhar mais do que oferecem as opções conservadoras de renda fixa.
Não por acaso, há uma sucessão frenética de compras e vendas nas Bolsas, o que faz o índice geral das ações alternar altas e baixas em questão de minutos. O mercado brasileiro, com grande presença de capital estrangeiro e concentrado nas ações de poucas empresas grandes, como a Petrobras e a Vale do Rio Doce, tende a ser ainda mais volátil -ou seja, apresentar percentuais mais elevados de alta ou de baixa- do que a média das Bolsas de Valores do mundo.
Emoções à parte, quando se observa o comportamento do mercado em períodos mais longos, medidos em décadas, a tendência geral é sempre de alta -porque, afinal, também assim funciona, aos trancos e barrancos, o capitalismo.


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