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Se as ações não estão diretamente envolvidas na crise, por que as Bolsas desabam?
Quem compra ações se torna
sócio de uma empresa e, portanto, espera lucros com a expectativa de crescimento futuro da economia. Se as expectativas para os próximos meses e
anos se tornam sombrias, os investidores se desfazem das
ações, e o movimento de venda
em massa derruba os preços.
Ainda que a maior parte dos
participantes do mercado não
queira relações duradouras
com as empresas, mas apenas
comprar e vender com vantagem suas participações, a valorização das ações depende das
perspectivas para a empresa
em particular e para o mercado
em geral.
Ações de empresas diretamente envolvidas na crise, como as de bancos que se aventuraram no crédito arriscado ou
nos derivativos a ele atrelados,
tendem a cair mais, mas as demais tampouco estão a salvo.
Os mercados financeiros são
interligados em todo o mundo.
Um investidor que teve prejuízo com derivativos no Japão,
por exemplo, pode ser obrigado
a vender ações no Brasil para
cobrir as perdas.
Ações são o que se chama de
investimento de renda variável.
Diferentemente de quem aplica na poupança ou em um CDB,
os compradores de ações não
sabem quanto nem quando vão
ganhar. Sabem apenas que pretendem ganhar mais do que
oferecem as opções conservadoras de renda fixa.
Não por acaso, há uma sucessão frenética de compras e vendas nas Bolsas, o que faz o índice geral das ações alternar altas
e baixas em questão de minutos. O mercado brasileiro, com
grande presença de capital estrangeiro e concentrado nas
ações de poucas empresas
grandes, como a Petrobras e a
Vale do Rio Doce, tende a ser
ainda mais volátil -ou seja,
apresentar percentuais mais
elevados de alta ou de baixa-
do que a média das Bolsas de
Valores do mundo.
Emoções à parte, quando se
observa o comportamento do
mercado em períodos mais longos, medidos em décadas, a tendência geral é sempre de alta
-porque, afinal, também assim
funciona, aos trancos e barrancos, o capitalismo.
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