São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2006

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Mercado Aberto

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Setor têxtil deve registrar déficit em 2006

Depois de cinco anos de superávit, o saldo da balança do setor têxtil vai fechar no vermelho, neste ano. Em 2005, o segmento registrou um superávit de US$ 650 milhões, mas, para 2006, a previsão é um déficit entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões. Se forem levados em conta os manufaturados, o déficit pode chegar a US$ 300 milhões.
Nos primeiros dez meses do ano, o setor já registra um saldo negativo de US$ 52 milhões. De janeiro a outubro, as exportações somaram US$ 1,7 bilhão, e as importações, US$ 1,75 bilhão. O superávit em setembro foi só um alarme falso de que poderia ter ocorrido alguma recuperação do setor.
Durante todo este ano, o setor têxtil organizou protestos de rua, levou propostas ao governo, mobilizou os trabalhadores, procurou, enfim, chamar a atenção da sociedade civil e das autoridades para os problemas que atravessa, mas os resultados, pelo menos até agora, não foram animadores.
A lista de reclamações já é conhecida. A principal queixa é o câmbio, que favorece a importação de produtos têxteis. Desanimado, o economista Fernando Pimentel, superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), diz que, na China, por exemplo, que tem US$ 1 trilhão de reservas, a relação do câmbio é de US$ 1 para oito yuans há dez anos. No Brasil, a proporção é de um para dois.
Além do câmbio, o setor também reclama das importações ilegais, da "invasão" da China, da carga tributária e da informalidade.
O setor reivindica ao governo um programa baseado em três pontos: a criação de acordos comerciais que favoreçam a entrada do Brasil nos grandes mercados, a redução de impostos e outros custos internos e o combate à ilegalidade das importações.

DE OLHO NO RISCO
A corretora de riscos de grande porte Lazam-MDS -joint venture dos grupos Feffer e Sonae- completou 30 anos com planos ambiciosos para 2007: quer estar entre as três maiores empresas do setor e, para isso, traçou plano de compra de outras corretoras, especializadas em diferentes áreas, como a de benefícios. "Qualquer oportunidade que temos de buscar novas carteiras dentro de outras áreas é muito bem-vinda", diz Antonio Jorge Motta, diretor-superintendente da Lazam-MDS. "Outra estratégia é ampliar nossas parcerias internacionais", afirma o executivo. Hoje, a corretora faz parte da IBA (International Insurance Brokers Association) e da Broker Link, rede de corretores presente em 11 países da Europa. A Lazam-MDS administra ativos com negócios superiores a R$ 45 bilhões.

MICROCRÉDITO EM FOCO
Desenvolver o microcrédito no mundo é o principal objetivo da gestão de Mary Ellen Iskendrian, que acaba de assumir a presidência do WWB (Women's World Bank). O tema também foi pauta de sua visita nesta semana ao Brasil, a convite da Febraban, para comandar seminário sobre bancarização na América Latina. "A parte mais importante e excitante do microcrédito é que não é caridade. Ele tem um conceito baseado no acesso ao crédito, que possibilita a sustentabilidade e a saída da pobreza", diz. Para a executiva, o país guarda ainda "mistérios" a serem desvendados. "Há uma população substancial que pode ser ajudada com programas dessa linha e, mesmo assim, há uma relação entre o número de habitantes e os projetos de microcrédito ínfima", diz. O WWB tem cerca de 23 milhões de clientes em 40 países.

TECNOLOGIA
O edital para construção do Complexo Datacenter, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, recebeu 40 sugestões durante consulta pública. O equipamento, que prevê investimentos de R$ 300 milhões e contrato de R$ 850 milhões em 25 anos, ficará na Capital Digital de Brasília.

CALOR
Para o verão, a Leão Junior (Matte Leão) lança dois chás e um refresco e espera crescer 30% na estação.



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