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Em outubro, Receita Federal arrecadou R$ 1,16 bi por dia
Valor obtido no mês passado, de R$ 36,004 bi, é inferior apenas ao de dezembro
Pagamento de R$ 2,959 bi em royalties pela Petrobras turbinou resultado do mês passado; no ano, receita supera em 4,96% a de 2005
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A arrecadação do governo federal em outubro foi a segunda
melhor de toda a história. No
mês passado, o recolhimento
de impostos e contribuições totalizou R$ 36,004 bilhões
-média diária de R$ 1,16 bilhão-, valor inferior apenas ao
de dezembro de 2005, quando
foram pagos R$ 37,496 bilhões
em tributos. De janeiro a outubro, a arrecadação federal totaliza R$ 322,638 bilhões.
"A arrecadação continua
compatível com o que foi projetado", explicou Ricardo Pinheiro, secretário-adjunto da Receita Federal.
Mais uma vez, o pagamento
de royalties foi decisivo para o
bom resultado da arrecadação.
Em outubro, entraram no caixa
da Receita Federal R$ 2,959 bilhões dessa receita graças ao recolhimento que a Petrobras faz
trimestralmente ao Tesouro.
Ao longo do ano, a receita
com royalties é de aproximadamente R$ 10 bilhões. No mês
que vem, esse pagamento deve
cair para cerca de R$ 600 milhões, já que não haverá o recolhimento trimestral.
Em outubro, a arrecadação
também aumentou graças aos
pagamentos do Imposto de
Renda das empresas e da CSLL
(Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido) referentes ao
período de julho a setembro.
As pessoas físicas também
terminaram de pagar as cotas
do IR apurado na declaração
deste ano, que foi parcelado de
abril a setembro. Por sua vez, os
produtores rurais recolheram o
ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) -o pagamento vai de setembro a dezembro de cada ano.
Diferentemente de setembro, quando o programa de parcelamento de dívidas garantiu
recolhimento de R$ 1,2 bilhão,
no mês passado o Refis 3 totalizou R$ 118 milhões.
De acordo com Pinheiro, o
pagamento de débitos em atraso deve se estabilizar um pouco
abaixo desse valor, já que em
outubro ainda houve o recolhimento dos contribuintes que
parcelaram suas dívidas em
seis meses.
No ano, mais 5%
A arrecadação acumulada até
outubro mostra crescimento
de 4,96% acima da inflação em
relação ao mesmo período de
2005. Um dos fatores que explicam esse ganho é exatamente o Refis 3, que, de agosto a outubro, rendeu R$ 2,078 bilhões
ao fisco federal.
É interessante observar, porém, que a parcela da receita
que mais cresce (13,42% acima
da inflação) é aquela que corresponde ao pagamento de royalties, taxas e contribuições
feitas à União.
O recolhimento de tributos
propriamente ditos aumenta
ao ritmo de 4,49% acima da inflação em relação ao mesmo
período do ano passado.
Tabela do IR
Pinheiro afirmou que a Receita não inclui entre as medidas de desoneração tributária
que estão sendo preparadas a
pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a correção da
tabela do Imposto de Renda
das pessoas físicas.
Para ele, a pressão para alterar os valores das deduções é
"paranóia das viúvas da indexação junto com o egoísmo de
uma dúzia [de pessoas] que
quer um ganho pífio individualmente". Ele lembrou que
apenas 7% da PEA (População
Economicamente Ativa) paga
IR no país.
Indagado se isso não era contraditório com a promessa feita
pelo presidente Lula durante a
campanha à reeleição, ele foi
irônico.
"O presidente falou quando e
em quanto [a tabela seria corrigida]? Ninguém disse que tem
de fazer a revisão [da tabela] todo ano. Em nenhum lugar do
mundo isso é feito", defendeu-se Pinheiro.
Ele também foi enfático ao
falar da dificuldade em cortar
gastos num Orçamento engessado como o brasileiro. Segundo Pinheiro, ainda não apareceu nenhuma proposta objetiva para cortar gastos.
"O crítico de hoje era o criticado de ontem, e ele não fez [o
corte de gastos] não porque não
quis, mas porque não conseguiu", disse Pinheiro.
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