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ENERGIA
Marina nega que Bolívia seja impactada por futuras usinas
ANA FLOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NAIRÓBI
A ministra Marina Silva
(Meio Ambiente) comentou
ontem em Nairóbi (Quênia)
a polêmica em torno das usinas hidrelétricas do rio Madeira, na região amazônica.
Segundo ela, os impactos da
obra não chegam à Bolívia.
A ministra disse que um
terceiro empreendimento
que seria realizado em conjunto com as uninas de Santo
Antônio e Jirau foi eliminado do projeto extamente para evitar afetar o país vizinho. Segundo ela, o tamanho
do lago foi diminuído oito vezes e medidas evitaram que a
obra atraísse novas frente de
expansão na floresta.
Disse que a avaliação da
obra está tomando o tempo
necessário para que todas as
partes sejam ouvidas, e todos
os riscos, avaliados. "Ninguém aceita fazer simplificação na cirurgia de coração do
seu filho", comparou.
A ministra voltou a reforçar que as obras de infra-estrutura passaram a ser discutidas em vários ministérios e
com os empreendedores e
que ter cuidados nessas fases
diminui futuros problemas e
acaba com projetos que ficam "400 anos na Justiça".
Marina afirmou que Furnas, uma das empresas responsáveis pelo projeto das
usinas, encomendou um estudo o Ministério Público,
cujos resultados ainda são
esperados. Na última semana, a Folha apurou que o estudo conclui que as usinas
podem trazer danos ambientais à Bolívia e ao Brasil.
Ajuda regional
O governador do Acre, Jorge Viana (PT), afirmou ontem que o Palácio do Planalto estuda uma proposta feita
por ele e outros dois governadores da região Norte
-Ivo Cassol (PPS), de Rondônia, e Eduardo Braga
(PPS), do Amazonas- de dar
parte dos lucros de hidrelétricas aos Estados onde elas
são construídas.
A idéia surgiu a partir do
planejamento das hidrelétricas do rio Madeira, que passa
pelos três Estados.
Segundo Viana, que participou até ontem da Conferência do Clima da ONU em
Nairóbi, o projeto daria 5%
da parte estatal do empreendimento (49%) a cada Estado, como uma forma de compensá-los pela utilização de
um bem- o rio.
Atualmente, Estados e
municípios podem receber
royalties por obras de infra-estrutura, além dos ganhos
das compensações necessárias para mitigar o impacto
do empreendimento. A nova
demanda, segundo Viana, seria um ganho adicional.
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