São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2006

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Comércio tem alta de 2,1% nas vendas em setembro

Comparada ao mesmo mês do ano passado, expansão é de 10,1%, a maior desde 2001

Importados mais baratos, ampliação da renda e do crédito e queda dos preços dos alimentos explicam resultado positivo do setor

DA SUCURSAL DO RIO

As vendas do comércio varejista cresceram, em volume, 2,06% em setembro na comparação livre de efeitos sazonais (típicos de cada período) com agosto, quando a expansão havia sido de 2,75%, informou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em relação a setembro de 2005, a alta foi de 10,10% -a maior para tal mês do ano desde o início da Pesquisa Mensal de Comércio, em 2001.
Segundo Reinaldo Pereira, economista do IBGE, importados mais baratos por conta do câmbio favorável, ampliação da renda, crédito farto e queda dos preços dos alimentos explicam o bom desempenho do comércio em setembro.
Sob impacto da expansão da renda e ainda do reajuste do salário mínimo acima da inflação (13%), as vendas dos super e hipermercados e demais lojas de alimentos subiram 1,35%. Em relação a setembro de 2005, a alta foi de 11,04%. "Metade do crescimento das vendas do varejo em setembro veio do setor de supermercados", disse Pereira. A atividade é a de maior peso no varejo.
Para Carlos Thadeu de Freitas, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), o dólar desvalorizado em relação ao real também contribuiu para reduzir os preços dos alimentos, especialmente aqueles ligados a commodities (soja, milho, trigo e outras), o que alavancou as vendas dos supermercados. "O dólar barato tem ajudado muito o comércio tanto pelo lado de conter o avanço da inflação dos alimentos como pelo de tornar mais fácil o acesso a importados."
Segundo Pereira, a tendência de crescimento do varejo se manterá neste final de ano, a julgar pelo tradicional aquecimento com Natal e Ano Novo e o pagamento do 13º salário. Até setembro, as vendas do comércio subiram 5,49% -em todo o ano passado, a alta ficou em 4,84%. No terceiro trimestre, a expansão foi de 6,16%.
Diante do bom resultado de setembro e do terceiro trimestre, Freitas diz que o comércio deve crescer mais do que o previsto neste ano. A CNC estimava expansão de 5,5% a 6%, mas já revê seus cálculos para cima.
João Carlos Gomes, economista da Fecomércio-RJ, também acredita numa trajetória de expansão. Diz que o crédito mantém um "ritmo acelerado" e que o aumento da inadimplência não preocupa.
Já os importados mais baratos, vindos especialmente da China, impulsionaram as vendas de móveis e eletrodomésticos (alta de 3,9% de agosto para setembro) e tecidos, vestuários e calçados (2,53%).
A queda do preço dos componentes importados manteve as vendas de computadores em alta -o ramo de material de escritório e informática teve alta de 25,67% em relação a setembro de 2005. (PEDRO SOARES)

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