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Comércio tem alta de 2,1% nas vendas em setembro
Comparada ao mesmo mês do ano passado, expansão é de 10,1%, a maior desde 2001
Importados mais baratos, ampliação da renda e do crédito e queda dos preços dos alimentos explicam resultado positivo do setor
DA SUCURSAL DO RIO
As vendas do comércio varejista cresceram, em volume,
2,06% em setembro na comparação livre de efeitos sazonais
(típicos de cada período) com
agosto, quando a expansão havia sido de 2,75%, informou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em relação a setembro de
2005, a alta foi de 10,10% -a
maior para tal mês do ano desde o início da Pesquisa Mensal
de Comércio, em 2001.
Segundo Reinaldo Pereira,
economista do IBGE, importados mais baratos por conta do
câmbio favorável, ampliação da
renda, crédito farto e queda dos
preços dos alimentos explicam
o bom desempenho do comércio em setembro.
Sob impacto da expansão da
renda e ainda do reajuste do salário mínimo acima da inflação
(13%), as vendas dos super e hipermercados e demais lojas de
alimentos subiram 1,35%. Em
relação a setembro de 2005, a
alta foi de 11,04%. "Metade do
crescimento das vendas do varejo em setembro veio do setor
de supermercados", disse Pereira. A atividade é a de maior
peso no varejo.
Para Carlos Thadeu de Freitas, economista da CNC (Confederação Nacional do Comércio), o dólar desvalorizado em
relação ao real também contribuiu para reduzir os preços dos
alimentos, especialmente
aqueles ligados a commodities
(soja, milho, trigo e outras), o
que alavancou as vendas dos
supermercados. "O dólar barato tem ajudado muito o comércio tanto pelo lado de conter o
avanço da inflação dos alimentos como pelo de tornar mais
fácil o acesso a importados."
Segundo Pereira, a tendência
de crescimento do varejo se
manterá neste final de ano, a
julgar pelo tradicional aquecimento com Natal e Ano Novo e
o pagamento do 13º salário. Até
setembro, as vendas do comércio subiram 5,49% -em todo o
ano passado, a alta ficou em
4,84%. No terceiro trimestre, a
expansão foi de 6,16%.
Diante do bom resultado de
setembro e do terceiro trimestre, Freitas diz que o comércio
deve crescer mais do que o previsto neste ano. A CNC estimava expansão de 5,5% a 6%, mas
já revê seus cálculos para cima.
João Carlos Gomes, economista da Fecomércio-RJ, também acredita numa trajetória
de expansão. Diz que o crédito
mantém um "ritmo acelerado"
e que o aumento da inadimplência não preocupa.
Já os importados mais baratos, vindos especialmente da
China, impulsionaram as vendas de móveis e eletrodomésticos (alta de 3,9% de agosto para
setembro) e tecidos, vestuários
e calçados (2,53%).
A queda do preço dos componentes importados manteve as
vendas de computadores em alta -o ramo de material de escritório e informática teve alta
de 25,67% em relação a setembro de 2005.
(PEDRO SOARES)
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