São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Crise de crédito faz micros correrem para cartão BNDES

A crise de crédito não fez só as grandes empresas correrem para o dinheiro do BNDES. As micro e pequenas empresas também fizeram o mesmo.
Em outubro, pela primeira vez em cinco anos de existência, o cartão BNDES, uma espécie de cartão de crédito para micro e pequenas empresas, superou R$ 100 milhões em volume de transações. O total chegou a R$ 110 milhões, 20% mais do que em setembro.
De janeiro até sexta passada, o volume de transações com o cartão BNDES já alcança R$ 736 milhões, 45% acima dos R$ 509 milhões registrados em todo o ano passado. A previsão é que neste ano o desembolso do cartão atinja R$ 830 milhões, o que significará um crescimento de mais de 60% em relação a 2007.
Desde que o problema da restrição ao crédito se agravou, há dois meses, as grandes empresas brasileiras têm corrido para os bancos públicos e, em especial, para o BNDES. Tanto que, de janeiro a outubro, o volume de desembolso do banco já chega a R$ 70 bilhões, 40,8% mais do que os R$ 49,8 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.
A previsão do banco é que o total neste ano supere a marca de R$ 85 bilhões. No início do ano, a projeção do BNDES era de R$ 80 bilhões. No ano passado, o BNDES liberou um total de R$ 64,9 bilhões.
Do total de transações pelo cartão BNDES, 97% são feitas por micro e pequenas empresas. Pelos critérios do BNDES, as microempresas faturam até R$ 1,2 milhão ao ano; as pequenas, de R$ 1,2 milhão a R$ 10,5 milhões; e as médias, de R$ 10,5 milhões a R$ 60 milhões. Os juros cobrados pelo cartão são prefixados -em torno de 1,2% ao mês- e o prazo máximo de pagamento é de 36 meses.
As empresas usam o cartão para comprar motos, computadores e até talheres para restaurantes. O valor máximo é de R$ 250 mil por cartão para cada empresa. Como o cartão possui três bandeiras -BB, CEF e Bradesco-, cada empresa pode gastar até R$ 750 mil.

CAPACETE

SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL CONTRATA 1,85% MAIS EM SETEMBRO
O setor de construção civil manteve a expansão do emprego em setembro. Segundo dados do SindusCon, 39,8 mil trabalhadores foram contratados no mês no país, uma alta de 1,85% ante agosto. Em setembro, o total de trabalhadores com carteira assinada bateu recorde de 2,188 milhões.

DE OLHO NO VIZINHO
A empresa de pesquisas norte-americana Bare International notou um aumento de 25% na demanda por pesquisas que permitam uma avaliação comparativa entre o serviço de um cliente com o de seu concorrente nos últimos dois meses. "Com a crise, as empresas procuram mais por análise de concorrência para ter vantagens competitivas", afirma Maria Cecília Perez, gerente de desenvolvimento da Bare, que faz avaliações com base no atendimento de pesquisadores que se passam por clientes. Segundo ela, as maiores interessadas no serviço são redes de varejo e de postos de gasolina.

LIMPEZA DA CHAMINÉ
Thomas Berger, da Sapotec Soluções Ambientais, subsidiária do grupo alemão Zech, abre escritório em SP de olho na recuperação de áreas onde há indústrias desativadas. A empresa, que recentemente se uniu à construtora Tedesco, quer oferecer soluções para a adequação ambiental desses terrenos com o foco no lançamento de empreendimentos imobiliários. "Hoje existem indústrias abandonadas em São Paulo em lugares não estratégicos para o setor, mas com terrenos valorizados. Há a necessidade de recuperar essas áreas para outro destino", disse Berger.

DOMÉSTICO
O presidente Lula vai participar da cerimônia de criação do Sindicato Nacional dos Empregados Domésticos, em dezembro. O projeto partiu de um entendimento com o ministro Carlos Luppi (Trabalho) da necessidade de organizar a categoria.

GARRAFA
A Brahma lança nesta semana, em SP, o Brahmão, uma garrafa retornável de um litro. O produto faz parte das comemorações de 120 anos da marca. Focada no consumo em casa, a garrafa também será vendida no interior do Estado e no PR.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI

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