São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 2008

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Operador dá tiro no peito em pregão da BM&F

MAURÍCIO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os indicadores de ontem da BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) mostram um dia morno, sem sobressaltos. Mas, às 15h30, um estampido seco esvaziou o "pit", o piso em que funciona o pregão viva voz e fez subir a tensão na Bolsa. Paulo Sérgio Silva, 36, casado, corretor do Itaú, deu um tiro no próprio tórax, logo abaixo do coração. O pregão não foi suspenso. Silva foi prontamente atendido e até o fechamento desta edição se encontrava em estado grave na Santa Casa de São Paulo.
Não se sabe como Silva entrou armado no edifício, que tem detectores de metais. Segundo a BM&F, "apenas as investigações policiais poderão dizer como o operador ingressou com a arma". Corretores, que não quiseram se identificar, disseram que não é praxe entre os mais antigos passar pelos detectores.
"Pensei que pudesse ser um tiro vindo do aquário", disse um corretor, que não quis dizer o nome, referindo-se ao vidro que separa o pregão dos visitantes da Bolsa. "Aí eu o vi caído", disse.
Não se sabe a razão do disparo. Silva, segundo os colegas, estaria deprimido e teria voltado ontem ao trabalho, após licença médica. Ele trabalha há vários anos na BM&F. "É uma pessoa aparentemente normal", disse um colega. Em comunicado, o Itaú disse que está "dando total assistência ao funcionário e aos familiares".
O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, tentou acalmar os funcionários pelo sistema de som 20 minutos depois. O pregão não foi suspenso, mas o volume de negócios no pregão viva voz (68,3 mil) foi menor que o de sexta (84,7 mil). Silva foi levado à Santa Casa, que informou que seu estado de saúde era "grave" e que ele seria submetido a uma cirurgia.


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