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Mercado vê dólar a R$ 2,10 no fim do ano
Há um mês, projeção era de R$ 1,90 para moeda, que ontem subiu 0,31%, a R$ 2,277; BC já gastou US$ 46 bi em intervenções
Bovespa alterna momentos
de alta e baixa para encerrar
pregão com queda de 0,2%;
ação da Petrobras volta a
recuar e perde mais 1,49%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a dificuldade que o dólar tem demonstrado para recuar, o mercado reviu para cima sua previsão para a moeda
americana no fim deste ano.
Ontem o Banco Central apresentou sua última pesquisa feita com os bancos, que mostrou
expectativa de dólar a R$ 2,10
no fim do ano. Há uma semana,
projetava-se dólar a R$ 2,05.
Há um mês, a previsão, colhida
junto a cem instituições financeiras era de que a moeda estivesse em R$ 1,90 em dezembro.
Para 2009, a projeção subiu de
R$ 2,01 para R$ 2,10.
O dólar teve pequena elevação ontem: subiu 0,31% e encerrou vendido a R$ 2,277. No
mês, a alta da moeda alcança
5,42%. No ano, a apreciação está acumulada em 28,14%. Na
abertura do pregão, o dólar bateu em R$ 2,329, mas não se
sustentou por muito tempo em
patamar tão elevado.
A resistência do dólar para
recuar para perto de R$ 2 tem
ocorrido mesmo em um cenário de constantes intervenções
por parte do Banco Central. A
última vez que o dólar esteve
abaixo dos R$ 2 foi no começo
de outubro.
Henrique Meirelles, presidente do BC, disse ontem que a
instituição já empregou US$ 46
bilhões nas suas intervenções
no mercado de câmbio.
Até o último dia 14, US$ 30
bilhões foram destinados às
operações de "swap", um título
que paga a variação da moeda
americana em determinado período em troca de juros; US$ 4,1
bilhões para linhas de crédito
para operações de comércio exterior; e US$ 5,8 bilhões para
vendas de dólares com compromisso de recompra. Os leilões à vista de divisas das reservas internacionais consumiram US$ 6,1 bilhões.
"A intenção do BC não é controlar a taxa de câmbio. É prover liquidez, evitando distorções de preço devido à falta de
liquidez", afirmou Meirelles.
As pesadas apostas dos investidores estrangeiros na manutenção do dólar em níveis elevados, como sinalizam as "posições vendidas" no mercado futuro, mostram que nem todos
estão interessados em ver o real
se apreciando. As posições líquidas vendidas em dólar dos
estrangeiros na BM&F estão
em seu pico, somando US$ 12,7
bilhões. Quanto mais elevada
essas posições, maiores são as
apostas na alta do dólar.
A Bovespa também tem sofrido com os investidores estrangeiros. Pelo sexto mês seguido, eles mais têm vendido
que comprado ações. No mês,
até o dia 13, o saldo das operações com capital externo na
Bolsa estava negativo em R$
1,24 bilhão. No ano, está negativo em R$ 24,3 bilhões.
Para a Bovespa, o primeiro
pregão da semana foi de grande
volatilidade. Após abrir em baixa, de 3,81% na mínima, a Bolsa
se recuperou acompanhando o
cenário americano e chegou a
subir 1,63%. No fim do dia, subiu 0,20%, para 35.717 pontos.
O índice Ibovespa está com baixa de 44,09% neste ano.
O que ajudou os mercados a
se afastarem das mínimas do
início dos pregões foi a divulgação da produção industrial
americana, que avançou 1,3%
em outubro, surpreendendo
parte do mercado, que esperava
retração. Nos EUA, as Bolsas
pioraram no fim do dia (após o
fechamento da Bovespa) e encerraram com queda de 2,63%
(Dow Jones) e 2,29% (Nasdaq).
A semana recheada de dados
econômicos, com destaque para os índices de preços norte-americanos, tende a trazer
muita oscilação aos mercados
nos próximos dias.
A ação da Petrobras voltou a
recuar ontem, em um ambiente
de nova baixa do petróleo. O
papel PN da estatal, o mais negociado da Bolsa, caiu 1,49%.
Colaborou DENYSE GODOY,
da Reportagem Local
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