São Paulo, terça-feira, 18 de novembro de 2008

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Produzir com precisão é o grande desafio

DA REDAÇÃO

Insumos caros, preços de terras em alta e crédito mais seletivo. São esses os novos componentes da agricultura com os quais o produtor terá de conviver. Chegou o momento, portanto, de a opção ser mais pela verticalização da lavoura do que pela expansão territorial. Ou seja, buscar mais a produtividade do que a simples anexação de novas áreas de produção.
A concorrência, principalmente de grandes fundos que se expandem e aumentam as áreas, forçará a saída do ramo dos produtores menos preparados, deixando menos espaço para erros. Para manter margens de ganho diante dos novos desafios, uma das saídas é a adoção da agricultura de precisão.
Essa nova modalidade consiste no uso de tecnologia da informação para identificar variações espaciais e temporais dentro de uma mesma lavoura. Ela pode auxiliar na redução do uso de fertilizantes, combater pragas de modo diferenciado e até auxiliar na descompactação de áreas do terreno.
"É uma medicina preventiva e curativa da fazenda", diz Luciano Broek, analista de grãos do Rabobank, e responsável pelo primeiro estudo no país sobre a aplicação da agricultura de precisão.
Broek desenvolveu um mapa de fertilidade de uma área de 6.000 hectares. Como as propriedades físicas e químicas do solo variam em uma mesma área, o objetivo foi determinar os espaços que não seguem a normalidade e que precisariam de tratamento diferenciado.
Os resultados foram animadores, na avaliação dele. Produtores que adotam essa pratica conseguem economias de 5% a 20% nas quantidades aplicadas de fósforo, potássio e calcário, especialmente em culturas de soja.
Para uma área como a considerada pelo Rabobank, os investimentos iniciais, que têm vida útil de pelo menos sete anos, são de R$ 180 mil, "menos do que o valor de um trator", diz ele. Em apenas dois anos, no entanto, esses investimentos se pagam.
A agricultura de precisão ainda é incipiente no Brasil. Portanto há ainda algumas dificuldades na implantação desse sistema: falta de mão-de-obra qualificada e dificuldades de reposição de peças se o produtor estiver em áreas muito distantes. (MZ)


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