|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Produzir com precisão é o grande desafio
DA REDAÇÃO
Insumos caros, preços de
terras em alta e crédito mais
seletivo. São esses os novos
componentes da agricultura
com os quais o produtor terá
de conviver. Chegou o momento, portanto, de a opção
ser mais pela verticalização
da lavoura do que pela expansão territorial. Ou seja,
buscar mais a produtividade
do que a simples anexação de
novas áreas de produção.
A concorrência, principalmente de grandes fundos
que se expandem e aumentam as áreas, forçará a saída
do ramo dos produtores menos preparados, deixando
menos espaço para erros. Para manter margens de ganho
diante dos novos desafios,
uma das saídas é a adoção da
agricultura de precisão.
Essa nova modalidade
consiste no uso de tecnologia
da informação para identificar variações espaciais e
temporais dentro de uma
mesma lavoura. Ela pode auxiliar na redução do uso de
fertilizantes, combater pragas de modo diferenciado e
até auxiliar na descompactação de áreas do terreno.
"É uma medicina preventiva e curativa da fazenda",
diz Luciano Broek, analista
de grãos do Rabobank, e responsável pelo primeiro estudo no país sobre a aplicação
da agricultura de precisão.
Broek desenvolveu um
mapa de fertilidade de uma
área de 6.000 hectares. Como as propriedades físicas e
químicas do solo variam em
uma mesma área, o objetivo
foi determinar os espaços
que não seguem a normalidade e que precisariam de
tratamento diferenciado.
Os resultados foram animadores, na avaliação dele.
Produtores que adotam essa
pratica conseguem economias de 5% a 20% nas quantidades aplicadas de fósforo,
potássio e calcário, especialmente em culturas de soja.
Para uma área como a considerada pelo Rabobank, os
investimentos iniciais, que
têm vida útil de pelo menos
sete anos, são de R$ 180 mil,
"menos do que o valor de um
trator", diz ele. Em apenas
dois anos, no entanto, esses
investimentos se pagam.
A agricultura de precisão
ainda é incipiente no Brasil.
Portanto há ainda algumas
dificuldades na implantação
desse sistema: falta de mão-de-obra qualificada e dificuldades de reposição de peças
se o produtor estiver em
áreas muito distantes.
(MZ)
Texto Anterior: Agrofolha
Banco afirma que crédito agrícola volta mais seletivo Próximo Texto: Dilma defende modelo de biocombustível Índice
|