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"Falta cuidado com setor produtivo", diz Fiesp
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o engenheiro e ex-industrial Paulo Francini, diretor do
Departamento de Economia da
Fiesp, as políticas macroeconômicas desenvolvidas pelos governos Collor, FHC e Lula criaram
um clima hostil à produção.
Francini diz que esse ambiente
hostil se caracteriza por taxas de
juros elevadas que encarecem o
custo do crédito ao setor privado,
pela falta de previsibilidade com
relação ao futuro, por uma taxa de
câmbio errática e pela carga tributária elevada.
(SB)
Folha - Houve ou não um processo de desindustrialização no país,
nas últimas décadas?
Paulo Francini - A palavra desindustrialização não carrega nenhum juízo de valor, nem para o
bem nem para o mal, de ganho ou
perda. Os países desenvolvidos
passaram por essa transformação, como um processo natural
da vida econômica na sua rota do
desenvolvimento.
Folha - No Brasil, como ocorre?
Francini - O processo que vem
ocorrendo no Brasil é uma desindustrialização precoce e, por isso,
passa a ser preocupante e danosa.
Porque, longe ainda de atingir
aquele nível em que a indústria
tem a capacidade de puxar a economia para uma renda de US$ 10
mil a US$ 12 mil per capita, ela
perde força e não é substituída
por nada. E o que acontece com o
PIB per capita? Ele plana, murcha.
Folha - Mas o setor de serviços
cresceu no Brasil. Não foi suficiente
para substituir a indústria?
Francini - O setor de serviços não
tem dinamismo. Ele cresceu ou
inchou? No nosso caso, inchou,
pois tem muita informalidade, até
o flanelinha está no setor de serviço. A Índia é um dos raros casos
no mundo em que seu processo
de crescimento é conduzido pelo
setor de serviços; 63% do seu crescimento vem desse setor. Mas ele
tem fontes dinâmicas para gerar
renda: a indústria de software e de
call-centers, por exemplo.
Folha - O que caracteriza o ambiente hostil à indústria?
Francini - Taxa de juros elevadas,
custo do crédito ao setor privado,
falta de previsibilidade com relação ao futuro, taxa de câmbio errática, carga tributária elevada.
Folha - A que o senhor atribui essa hostilidade?
Francini - Uma parte dessa hostilidade é uma falta de percepção,
uma falta de cuidado, de carinho
pelo sistema produtivo. Ela se estabelece no governo Collor, segue-se na política de FHC e continua no governo Lula. Não se encontram figuras voltadas para a
produção ou com o pensamento
na produção nesses governos.
Leia a íntegra da entrevista no
www.folha.com.br/dinheiro
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