São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

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Investidores se atentam à inflação nos EUA e no Brasil

Índices positivos podem dar empurrão extra a mercados

DA REPORTAGEM LOCAL

A penúltima semana de 2006 chega com uma agenda de importantes eventos econômicos, especialmente na cena externa.
Números de inflação, renda pessoal e mercado imobiliário norte-americanos estão entre os mais relevantes a serem conhecidos nos próximos dias.
Apesar de as Bolsas de Valores estarem em níveis recordes em diferentes centros financeiros do mundo, dados econômicos positivos podem dar um empurrão extra aos mercados mundiais.
Amanhã vai ser divulgada a inflação ao produtor americano (PPI, na sigla em inglês) de novembro. A expectativa é que o índice apresente elevação de cerca de 0,5%.
Na sexta-feira passada, o CPI (índice de inflação ao consumidor) agradou ao mercado, ao ficar estável em novembro. Analistas previam que o indicador apontasse inflação em torno de 0,2%.
Na sexta, haverá também a divulgação do PCE (uma medida de inflação ao consumidor americano), que é acompanhado com atenção pelo Federal Reserve (o banco central dos EUA).
No Brasil, importantes prévias de índices de inflação serão apresentadas na quarta: a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) divulgará os números do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da segunda quadrissemana deste mês. Também sairá o IPCA-15 -a estimativa do mercado é que fique em 0,35%.
"A agenda econômica da semana continuará a trazer indicadores de atividade e inflação que têm potencial para desanuviar um pouco as expectativas em relação à trajetória da economia americana", avalia a Link Corretora.
"No país, a agenda também tem alguns destaques, sendo o principal o IPCA-15 deste mês. Na quinta-feira, o IBGE divulga a taxa de desemprego de novembro", diz a corretora.
Na semana passada, a decisão do Fed de manter os juros americanos estáveis em 5,25% anuais ficou dentro do que esperavam analistas e investidores. Assim, a repercussão no mercado financeiro global foi tímida.
Agora os investidores esperam novos dados para estimar quando haverá condições de a taxa de juros americana começar a ser reduzida.
Após o encontro, o Fed afirmou que a inflação do país ainda requer atenção.
No mercado futuro americano, as taxas dos contratos de juros apontavam na semana passada que só há cerca de 5% de chances de os juros americanos serem reduzidos em janeiro. Para a reunião do Fed de março, as apostas são que há maior possibilidade -cerca de 25%- de os juros caírem na maior economia do mundo.

Risco menor
Durante a semana passada, o risco-país brasileiro alcançou novas mínimas históricas. Na quinta, o risco fechou a 203 pontos. Na sexta, bateu em 200 pontos durante as operações do dia. Há uma semana, o piso para o indicador eram os 206 pontos registrados em agosto.
Quando o risco-país recua, é sinal de que os investidores internacionais estão mais interessados em comprar títulos da dívida brasileira. O risco é calculado pelo banco JP Morgan a partir da oscilação de uma cesta de papéis da dívida dos países.
Se o indicador é menor, aponta que os investidores estão entendendo que governo e empresas do país têm menores chances de darem calote em suas dívidas.
Quando o mercado foi sacudido por incertezas no período eleitoral de 2002, o risco-país brasileiro chegou a seu mais alto patamar, de 2.436 pontos.


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