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BANCOS
Créditos podres do antigo Excel Econômico são de R$ 250 milhões, diz presidente; rombo total é de R$ 900 milhões
BBV prevê 2 anos para recuperar perdas
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
O presidente mundial do Banco
Bilbao Vizcaya, Emilio Ybarra,
acredita que levará pelo menos
dois anos para que o banco consiga
recuperar R$ 250 milhões de créditos podres do antigo Excel Econômico.
O BBV comprou o Excel em julho e, durante o processo de auditorias no banco brasileiro, descobriu-se um rombo nos ativos próximo a R$ 900 milhões. Por conta
disso, os antigos controladores
-a família Nasser- receberam
apenas R$ 1 pelo controle do banco, conforme revelou a Folha na
ocasião.
Todos os créditos ruins foram
deixados em separado e serão alvo
de um trabalho de recuperação
(cobrança e renegociação), segundo acordo fechado com o Banco
Central do Brasil.
Ybarra explicou que os primeiros R$ 250 milhões, mais as taxas
de juro correspondentes, caberão
ao BBV, que poderá, assim, recuperar parte do dinheiro investido
para ingressar no país. Até agora, o
BBV já trouxe R$ 1,8 bilhão para o
país, valor que inclui R$ 800 milhões de reservas para expansão.
A partir dos primeiros R$ 250
milhões mais juros, o que puder
ser recuperado irá para os antigos
controladores.
Ybarra, que esteve no Brasil do
último sábado até a quarta-feira,
não comentou o que já foi feito,
mas deu a entender que nenhum
crédito - ou quase isso- foi recuperado até o momento. "Com o
prazo que estamos aqui não dá para fazer muita coisa."
A visita de Ybarra ao país coincidiu com a chegada oficial da marca
BBV. Na última segunda-feira, todas as agências do antigo Excel
abriram com o nome Bilbao Vizcaya na fachada. No mesmo dia,
Ybarra participou em Salvador de
uma solenidade para comemorar a
abertura das agências.
Na terça-feira, o presidente do
BBV esteve em Brasília reunido
com o presidente da República,
Fernando Henrique Cardoso.
"Falamos sobre a economia do
país, sobre o problema recente no
Congresso. O presidente deixou
muito claro que ficarão faltando
apenas uns 10% para completar o
programa de ajuste e que ele já tem
previstas as soluções. Ele manifestou decisão firme de cumprir o
programa de ajuste, apesar do problema que ocorreu", disse Ybarra.
O presidente do BBV disse acreditar que Brasil vai passar por um
ano difícil em 99. "O PIB vai ter
crescimento zero, ou até negativo,
mas nós fizemos um investimento
de longo prazo, não um investimento especulativo. Viemos para
fazer um banco brasileiro e, portanto, para conviver com a economia brasileira e com seus momentos bons e maus", disse.
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