São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

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Mercado Aberto

Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br

Indústria têxtil denuncia subfaturamento

Em plena semana do Fashion Rio e do Fashion Business, a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) afirma que o setor ainda sofre os enormes efeitos de uma ilegal e desleal concorrência dos produtos asiáticos.
Segundo Fernando Pimentel, da Abit, praticamente metade dos produtos entrou no Brasil em dezembro a preços abaixo dos da matéria-prima aplicada na produção de artigos de vestuário no país. Ou seja, os produtos finais são mais baratos do que a matéria-prima.
Em dezembro, 46,5% das importações brasileiras de vestuário registraram preço médio de US$ 2,97/kg FOB. O valor, segundo Pimentel, é escandalosamente baixo.
Trata-se de uma diferença de 80,7% em relação à outra metade, que foi importada ao preço médio de US$ 14,89, mais coerente com o praticado no mercado internacional. Pimentel chama isso de fraude de subfaturamento.
Outra prova de subfaturamento, de acordo com a Abit, vem da impossibilidade de produzir um quilo de artigos de vestuário pelo preço declarado nas notas de importação. Em dezembro, o preço médio dos fios de algodão importados pelo Brasil ficou em US$ 2,51/kg. Já o preço médio dos tecidos foi de US$ 3,93/kg.
"Os importadores conseguiram comprar vestuário por preços mais baixos do que a matéria-prima necessária para sua produção", diz Pimentel. "Como é possível desenvolver a indústria têxtil e de confecção com essa prática ilegal e desleal de competição?"
A Abit já levou o problema às autoridades competentes e até reconhece algum avanço. Os preços médios de importação no ano passado foram 50% maiores do que em 2005, mas os problemas ainda são muito graves. "Os valores alcançados ainda estão aquém dos praticados no maior mercado do mundo, os Estados Unidos, e também no vizinho e membro do Mercosul Argentina", afirma Pimentel. "Os maiores beneficiados com isso não são os consumidores, mas sim os inescrupulosos."

Firjan estuda pedir revogação de fundo de combate à pobreza

Pode estar com os dias contados o crédito de confiança dado pelo empresário a Sérgio Cabral. A Firjan voltou a estudar a possibilidade de entrar no STF com o pedido de revogação do fundo de pobreza -imposto criado pela ex-governadora Rosinha Matheus e recentemente prorrogado por Cabral até 2010.
No fim do ano passado, a Firjan tinha decidido entrar no STF contra o imposto, mas desistiu para não causar problemas ao novo governador. Nesta semana, porém, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, não gostou do fato de Cabral ter vetado um projeto de lei para dar mais transparência às contas públicas. "É nosso direito saber o que se faz com os impostos", disse.
O empresário e o governador se encontraram ontem no Fashion Business, no Rio. O assunto não foi exatamente moda. Gouvêa Vieira disse que o crédito de confiança estava mantido, mas pediu que Cabral revisse o veto à lei de transparência.

PASSARELA
Depois de seis anos sem fazer nenhum evento do gênero, a estilista e empresária Marisa Ribeiro, conhecida por sua produção com tricô, faz um desfile pré-São Paulo Fashion Week, no circuito alternativo. O desfile será realizado no hotel Unique, com produção de Paulo Borges. "A idéia é mostrar outra parte da minha produção também, além do tricô", afirma Marisa, que já possui a marca há 20 anos. Como principal diferencial, o evento vai apresentar modelos profissionais e do cotidiano. "Convidamos mulheres, algumas de cerca de 60 anos, que não são modelos, para desfilar. Queremos mostrar a mulher cotidiana", afirma ela.

FUNDO
A Caixa Econômica Federal lança, até março, três novos fundos de investimento, o Caixa FI Ações Ibovespa Ativo, o Caixa Fic Long-short Multimercado LP e o Caixa Fic Estratégico Mil Multimercado LP.

VELOCIDADE
Aterissa nesta semana, em São Paulo, o primeiro jato Falcon 2000EX Easy, da francesa Dassault, a operar comercialmente no Brasil. Trazido pela Alliance Jet Táxi Aéreo, o jato é avaliado em US$ 28 milhões, tem capacidade para oito passageiros e painel feito pela Nasa.

CAPACIDADE
Os reservatórios dos maiores subsistemas brasileiros fecharam 2006 com níveis satisfatórios, segundo análise da Tendências Consultoria. Dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) mostram que, com exceção do Norte, as capacidades ultrapassam 60%. No Nordeste, os níveis chegam a quase 70%. No Sudeste, onde a demanda é maior, a capacidade está em 65%. Para 2007, a expectativa é que a expansão fique em torno de 4.000 MW.

ENERGIA
A Brasil Telecom, que está com meta de redução de custos na compra de energia para 2007, associou-se à Anace (Associação Nacional dos Consumidores de Energia). Com a passagem para o mercado livre de energia, que deve acontecer ainda neste ano, a empresa espera reduzir o custo de energia em aproximadamente 12% ao ano.

NA MODA
A Fiat participa, neste ano, do São Paulo Fashion Week com o projeto Fashion Innovation Attitude. A empresa vai promover intervenções artísticas em diferentes pontos da Bienal. Serão três instalações criadas pelos artistas Fábia Bercsek, Marton + Marton e pelo coletivo de artistas Base V.

COMERCIAL
A Kuat fechou 2006 com 7,1% de participação no mercado de refrigerantes em Estados como Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte, segundo a AC Nielsen. Com isso, a marca atingiu a liderança entre os guaranás em um empate técnico com seu principal concorrente nos Estados.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA


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