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Mercado Aberto
Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br
Indústria têxtil denuncia subfaturamento
Em plena semana do Fashion
Rio e do Fashion Business, a
Abit (Associação Brasileira da
Indústria Têxtil) afirma que o
setor ainda sofre os enormes
efeitos de uma ilegal e desleal
concorrência dos produtos
asiáticos.
Segundo Fernando Pimentel, da Abit, praticamente metade dos produtos entrou no
Brasil em dezembro a preços
abaixo dos da matéria-prima
aplicada na produção de artigos
de vestuário no país. Ou seja, os
produtos finais são mais baratos do que a matéria-prima.
Em dezembro, 46,5% das importações brasileiras de vestuário registraram preço médio de
US$ 2,97/kg FOB. O valor, segundo Pimentel, é escandalosamente baixo.
Trata-se de uma diferença de
80,7% em relação à outra metade, que foi importada ao preço
médio de US$ 14,89, mais coerente com o praticado no mercado internacional. Pimentel
chama isso de fraude de subfaturamento.
Outra prova de subfaturamento, de acordo com a Abit,
vem da impossibilidade de produzir um quilo de artigos de
vestuário pelo preço declarado
nas notas de importação. Em
dezembro, o preço médio dos
fios de algodão importados pelo Brasil ficou em US$ 2,51/kg.
Já o preço médio dos tecidos foi
de US$ 3,93/kg.
"Os importadores conseguiram comprar vestuário por
preços mais baixos do que a
matéria-prima necessária para
sua produção", diz Pimentel.
"Como é possível desenvolver a
indústria têxtil e de confecção
com essa prática ilegal e desleal
de competição?"
A Abit já levou o problema às
autoridades competentes e até
reconhece algum avanço. Os
preços médios de importação
no ano passado foram 50%
maiores do que em 2005, mas
os problemas ainda são muito
graves. "Os valores alcançados
ainda estão aquém dos praticados no maior mercado do mundo, os Estados Unidos, e também no vizinho e membro do
Mercosul Argentina", afirma
Pimentel. "Os maiores beneficiados com isso não são os consumidores, mas sim os inescrupulosos."
Firjan estuda pedir revogação de fundo de combate à pobreza
Pode estar com os dias contados o crédito de confiança dado
pelo empresário a Sérgio Cabral. A Firjan voltou a estudar a
possibilidade de entrar no STF
com o pedido de revogação do
fundo de pobreza -imposto
criado pela ex-governadora Rosinha Matheus e recentemente
prorrogado por Cabral até
2010.
No fim do ano passado, a Firjan tinha decidido entrar no
STF contra o imposto, mas desistiu para não causar problemas ao novo governador. Nesta
semana, porém, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, não gostou do fato
de Cabral ter vetado um projeto de lei para dar mais transparência às contas públicas. "É
nosso direito saber o que se faz
com os impostos", disse.
O empresário e o governador
se encontraram ontem no Fashion Business, no Rio. O assunto não foi exatamente moda.
Gouvêa Vieira disse que o crédito de confiança estava mantido, mas pediu que Cabral revisse o veto à lei de transparência.
PASSARELA
Depois de seis anos sem fazer nenhum evento do gênero, a estilista e empresária Marisa Ribeiro, conhecida por
sua produção com tricô, faz um desfile pré-São Paulo Fashion Week, no circuito alternativo. O desfile será realizado no hotel Unique, com produção de Paulo Borges. "A
idéia é mostrar outra parte da minha produção também,
além do tricô", afirma Marisa, que já possui a marca há
20 anos. Como principal diferencial, o evento vai apresentar modelos profissionais e do cotidiano. "Convidamos
mulheres, algumas de cerca de 60 anos, que não são modelos, para desfilar. Queremos mostrar a mulher cotidiana", afirma ela.
FUNDO
A Caixa Econômica Federal lança, até março, três novos fundos de investimento,
o Caixa FI Ações Ibovespa
Ativo, o Caixa Fic Long-short Multimercado LP e o
Caixa Fic Estratégico Mil
Multimercado LP.
VELOCIDADE
Aterissa nesta semana, em
São Paulo, o primeiro jato
Falcon 2000EX Easy, da
francesa Dassault, a operar
comercialmente no Brasil.
Trazido pela Alliance Jet Táxi Aéreo, o jato é avaliado em
US$ 28 milhões, tem capacidade para oito passageiros e
painel feito pela Nasa.
CAPACIDADE
Os reservatórios dos
maiores subsistemas brasileiros fecharam 2006 com
níveis satisfatórios, segundo
análise da Tendências Consultoria. Dados do ONS
(Operador Nacional do Sistema Elétrico) mostram
que, com exceção do Norte,
as capacidades ultrapassam
60%. No Nordeste, os níveis
chegam a quase 70%. No Sudeste, onde a demanda é
maior, a capacidade está em
65%. Para 2007, a expectativa é que a expansão fique em
torno de 4.000 MW.
ENERGIA
A Brasil Telecom, que está
com meta de redução de
custos na compra de energia
para 2007, associou-se à
Anace (Associação Nacional
dos Consumidores de Energia). Com a passagem para o
mercado livre de energia,
que deve acontecer ainda
neste ano, a empresa espera
reduzir o custo de energia
em aproximadamente 12%
ao ano.
NA MODA
A Fiat participa, neste
ano, do São Paulo Fashion
Week com o projeto Fashion
Innovation Attitude. A empresa vai promover intervenções artísticas em diferentes pontos da Bienal. Serão três instalações criadas
pelos artistas Fábia Bercsek,
Marton + Marton e pelo coletivo de artistas Base V.
COMERCIAL
A Kuat fechou 2006 com
7,1% de participação no
mercado de refrigerantes
em Estados como Bahia,
Ceará e Rio Grande do Norte, segundo a AC Nielsen.
Com isso, a marca atingiu a
liderança entre os guaranás
em um empate técnico com
seu principal concorrente
nos Estados.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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