São Paulo, sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

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Mantega cobra mais investimento privado

Ministro diz que essa será a contrapartida para novas desonerações; meta é ampliar inversões ao ritmo de 10% ao ano

Furlan também diz esperar que Programa de Aceleração do Crescimento aumente volume de exportações em setores como o de software


DA SUCURSAL DO RIO
DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem, no Rio de Janeiro, que a contrapartida para as medidas de desoneração que deverão ser incluídas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é o aumento dos investimentos.
Mantega afirma que a questão ainda será alvo de debate, mas que o país já vive um processo de aumento dos investimentos. "A contrapartida que esperamos é um aumento dos investimentos", disse.
De acordo com o ministro, os investimentos cresceram mais de 6% no ano passado. O objetivo do pacote é alavancar esse ritmo de expansão da economia, para que os investimentos avancem na faixa de 8% a 10% ao ano.
"Desse modo, ao longo de quatro a cinco anos, poderemos alcançar um volume de investimentos de até 25% do PIB [Produto Interno Bruto]", disse o ministro. De acordo com os últimos dados disponíveis do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o investimento está em 20,8% do PIB. O ministro avalia que, com investimentos na faixa de 25% do PIB, a economia brasileira terá condições de crescer a um ritmo de 5% ao ano.

"Milimétrica"
Mantega evitou se comprometer com um horizonte para que a meta de crescimento seja alcançada. Segundo o ministro, a meta de expansão do PIB não pode ser "milimétrica" ou "matemática".
Outra contrapartida prevista pelo governo com os benefícios é o aumento das exportações. O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, citou como exemplo a indústria de software, que poderia ganhar fôlego e aumentar as vendas para o exterior com a desoneração. Mais uma vez, o governo não pretende colocar essa exigência no papel. A idéia é criar um cenário propício ao aumento da competitividade. As medidas de desoneração serão anunciadas na segunda-feira.
Mantega evitou comentar as expectativas para o resultado da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), marcada para a próxima semana. "Prefiro saber o resultado depois que o Copom tomar a decisão", disse.
O ministro se limitou a afirmar que está "satisfeito" com a queda da taxa de juros há mais de 13 meses seguidos, o que significaria que a inflação está "totalmente sob controle". Ele reconheceu, no entanto, que esperava um crescimento maior. "A economia está crescendo, não tanto como gostaríamos, mas está crescendo. O cenário é muito favorável para a política monetária", disse. (JANAINA LAGE E CLAUDIA DIANNI)

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