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Mantega cobra mais investimento privado
Ministro diz que essa será a contrapartida para novas desonerações; meta é ampliar inversões ao ritmo de 10% ao ano
Furlan também diz esperar que Programa de Aceleração do Crescimento aumente volume de exportações em setores como o de software
DA SUCURSAL DO RIO
DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem, no
Rio de Janeiro, que a contrapartida para as medidas de desoneração que deverão ser incluídas no PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento) é o
aumento dos investimentos.
Mantega afirma que a questão ainda será alvo de debate,
mas que o país já vive um processo de aumento dos investimentos. "A contrapartida que
esperamos é um aumento dos
investimentos", disse.
De acordo com o ministro, os
investimentos cresceram mais
de 6% no ano passado. O objetivo do pacote é alavancar esse
ritmo de expansão da economia, para que os investimentos
avancem na faixa de 8% a 10%
ao ano.
"Desse modo, ao longo de
quatro a cinco anos, poderemos
alcançar um volume de investimentos de até 25% do PIB
[Produto Interno Bruto]", disse
o ministro. De acordo com os
últimos dados disponíveis do
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), o investimento está em 20,8% do
PIB. O ministro avalia que, com
investimentos na faixa de 25%
do PIB, a economia brasileira
terá condições de crescer a um
ritmo de 5% ao ano.
"Milimétrica"
Mantega evitou se comprometer com um horizonte para
que a meta de crescimento seja
alcançada. Segundo o ministro,
a meta de expansão do PIB não
pode ser "milimétrica" ou "matemática".
Outra contrapartida prevista
pelo governo com os benefícios
é o aumento das exportações. O
ministro do Desenvolvimento,
Luiz Fernando Furlan, citou
como exemplo a indústria de
software, que poderia ganhar
fôlego e aumentar as vendas
para o exterior com a desoneração. Mais uma vez, o governo
não pretende colocar essa exigência no papel. A idéia é criar
um cenário propício ao aumento da competitividade. As medidas de desoneração serão
anunciadas na segunda-feira.
Mantega evitou comentar as
expectativas para o resultado
da próxima reunião do Copom
(Comitê de Política Monetária), marcada para a próxima
semana. "Prefiro saber o resultado depois que o Copom tomar a decisão", disse.
O ministro se limitou a afirmar que está "satisfeito" com a
queda da taxa de juros há mais
de 13 meses seguidos, o que significaria que a inflação está "totalmente sob controle". Ele reconheceu, no entanto, que esperava um crescimento maior.
"A economia está crescendo,
não tanto como gostaríamos,
mas está crescendo. O cenário é
muito favorável para a política
monetária", disse.
(JANAINA LAGE E CLAUDIA DIANNI)
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