|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Programa de fonte alternativa está atrasado
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O programa para estimular o uso de fontes alternativas de geração de energia
(Proinfa) está bem longe de
atingir a meta de agregar
3.300 MW (megawatts) de
energia até o final do ano.
Dados da Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica) indicam que estão em
operação 40 usinas (eólicas,
pequenas centrais hidrelétricas e termelétricas de bagaço de cana), com capacidade de gerar 1.048 MW, ou
32% do objetivo.
A agência contabiliza outros 105 empreendimentos
inscritos no Proinfa, que poderiam agregar 2.346 MW se
concluídos. Desse total, só 58
já começaram a construção
da usina. Segundo a agência,
48 têm problemas para entrar em operação (1.398
MW). Entre esses, 11 (283
MW) são considerados casos
graves (sem perspectiva).
Em relação às datas previstas nos contratos para entrada em funcionamento, 65
empreendimentos acompanhados pela agência estão
oficialmente atrasados. Os
atrasos somam 1.474 MW do
total que poderia ser gerado.
O pior desempenho entre
as usinas que ainda poderão
ser construídas é das termelétricas de bagaço de cana
(biomassa) e eólicas. Nessas,
mais de 90% da energia prevista está com problemas no
projeto. No caso da biomassa, entre os nove empreendimentos acompanhados pela
agência, oito têm problemas
e, desses, quatro são casos
graves. Em termos de energia, de um total de 233 MW,
225 MW têm impedimentos
(96%), dos quais quatro (88
MW) não têm mais data prevista para entrar em operação. Quatro empreendimentos terão seus contratos do
Proinfa rescindidos.
O Proinfa foi criado ainda
no governo FHC, em abril de
2002, e modificado no governo Lula. Pelas regras, a Eletrobrás garante a compra da
energia, com contratos de
longo prazo (20 anos) e uma
receita mínima de 70% da
energia durante o período de
financiamento da obra.
O Ministério de Minas e
Energia diz que houve problemas relacionados à lei que
regulamentou o Proinfa. Na
avaliação do governo, a lei
permitiu que projetos fossem propostos por empreendedores sem capacitação técnica para construir as usinas.
Na prática, advogados ligados ao setor compraram autorizações para revender no
mercado, o que atrasou os
projetos. O governo mantém
a expectativa de que seja possível atingir as metas.
Texto Anterior: Nível de risco Próximo Texto: Preço da energia a curto prazo fecha no teto pela 2ª vez Índice
|